Corinthians é dominado e perde do Juventude, mas faz gol no final do jogo
Algo frequente nesta temporada, o Corinthians errou muito, pouco criou, demorou a acordar e, quando era melhor em campo no segundo tempo, foi castigado. Sofreu o primeiro gol e, no fim, levou mais um. Por isso, perdeu para o Juventude por 2 a 1 na noite desta quinta-feira (29) no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, em duelo das quartas de final da Copa do Brasil. Foi o terceiro jogo no ano entre as equipes e a terceira vez em que o Corinthians deixou o campo sem a vitória
Mas Gustavo Henrique aliviou um pouco o drama corintiano. O gol do zagueiro de cabeça, nos acréscimos, quando a equipe parecia entregue, recolocou o Corinthians no confronto e diminuiu a vantagem do Juventude para a segunda partida. Pode ser decisivo para definir o confronto.
A derrota no Sul obriga o time de Ramón Díaz a ganhar por dois gols o duelo da volta, marcado para daqui a duas semanas, dia 11 de setembro, uma quarta-feira, às 21h, na Neo Química Arena, para avançar às semifinais da Copa do Brasil. Uma vitória corintiana por margem mínima fará com que a disputa seja definida nos pênaltis. O Juventude tem a prerrogativa de jogar pelo empate na capital paulista.
O Corinthians falhou demais. Abusou do direito de errar diante de um time que, com um orçamento bastante inferior ao rival paulista, joga um futebol bem mais competitivo. O Juventude foi organizado, eficiente e mereceu a vitória que construiu. Poderia ter sido até mais confortável.
Juventude e Corinthians fizeram um primeiro tempo sofrível tecnicamente. Sobraram raça, disposição e disputas físicas no Alfredo Jaconi. Faltou bola. Daí o 0 a 0 ter perdurado no placar Nenhum dos dois fez o suficiente para ir às redes. Os anfitriões, é verdade, tentaram mais e até chegaram perto de ao menos abrir vantagem mínima.
Mas Hugo Souza, o personagem mais importante do jogo, impediu. O goleiro fez duas grandes defesas nas tentativas de Lucas Barbosa e Carillo. Só ele brilhou em Caxias do Sul. Quem não brilhou, no sentido literal, foram os refletores do Alfredo Jaconi. Alguns deles apagaram e só reacenderam depois de 20 minutos, mantendo o jogo paralisado por esse período no fim da etapa inicial. Foi, de fato, uma noite de pouco brilho no Sul.
Foi melhor o segundo tempo -- até porque seria difícil que o nível descesse ainda mais. Tecnicamente, melhorou significativamente o Corinthians depois que Ramon Díaz sacou Romero, Pedro Henrique (este um dos piores em campo) e Hugo, para lançar mão de André Ramalho, Héctor Hernández e Matheus Bidu. O time paulista se reorganizou e passou a incomodar o goleiro Gabriel, que teve de trabalhar duas vezes.
O Corinthians, porém, se não é inócuo é ineficiente. Como aconteceu no último domingo, diante do Fortaleza, foi castigado também no Sul quando jogava melhor. No seu melhor momento na partida, a equipe alvinegra vacilou na defesa e viu o Juventude marcar com Ronnie Carrillo. Esperto, o centroavante equatoriano estava bem posicionado dentro da área quando a bola, em uma jornada inesperada, lhe encontrou após bate e rebate. Ele cutucou para o gol de carrinho e saiu para comemorar.
Os paulistas se abalaram com o gol sofrido. Organizado, o Juventude dominou o rival e, depois de muito insistir, ampliou o placar com depois que Rodrigo Boza foi às redes nos minutos finais, valendo-se de desatenção da zaga corintiana. Só que se há uma virtude nesse elenco corintiano é a disposição em não desistir. Foi o que fez Gustavo Henrique, aos 47 minutos. Seu gol de cabeça após assistência de Garro reduziu o sofrimento e o prejuízo corintiano e dá ânimo para o duelo da volta, em casa. (Estadão Conteúdo)