Corregedoria afasta policiais civis citados por delator
São um delegado e cinco investigadores. Dois deles estão presos desde setembro
A Corregedoria da Polícia Civil afastou ontem (13) seis agentes da corporação citados no acordo de colaboração firmado pelo empresário Antonio Vinícius Lopes Gritzbach com o Ministério Público do Estado (MP-SP). Gritzbach era delator do PCC e foi executado com tiros de fuzil na sexta-feira (8) no Aeroporto de Guarulhos.
Segundo apurado pela reportagem, dentre os seis estão um delegado e cinco investigadores — entre eles estão Valdenir Paulo de Almeida, o “Xixo”, e Valmir Pinheiro, o “Bolsonaro”, que foram presos em setembro durante operação da Polícia Federal. O Estadão buscava contato com a defesa desses dois agentes.
O empresário acusou agentes ligados ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e aos Distritos Policiais 24 (Ermelino Matarazzo) e 30 (Tatuapé) de crimes de corrupção passiva, associação criminosa e concussão.
“Xixo” e “Bolsonaro” foram presos há dois meses sob suspeita de terem recebido R$ 800 mil em propina para interromper uma investigação sobre o tráfico de drogas. A investigação da PF, em parceria com o Ministério Público de São Paulo e a Corregedoria da Polícia Civil, indica que a dupla ainda teria desviado e vendido drogas que apreenderam nas atividades de repressão ao tráfico.
Segundo apurou a reportagem, “Xixo” é o policial que conversa com advogado Ahmed Hassan, o Mude, sobre uma recompensa de R$ 3 milhões oferecida pelo PCC para quem matasse Gritzbach. Mude é acusado de ser ligado à cúpula do PCC e a conversa foi gravada pelo delator sem conhecimento do policial e do advogado.
Ao menos oito policiais militares também já foram afastados, estes por envolvimento na escolta do empresário. (Estadão Conteúdo)