Expectativa para a final
Atleticano e botafoguense que moram em Sorocaba admitem que a ansiedade para o jogo de amanhã é alta
A sexta final brasileira da Libertadores será amanhã (30) entre Atlético-MG e Botafogo-RJ. A partida será às 17h, no Estádio Monumental de Núnez, Buenos Aires, Argentina. Apesar de os times serem de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, torcedores que moram em Sorocaba não aguentam de ansiedade. Enquanto o Galo quer repetir o feito de 2013, o Glorioso busca o primeiro título continental.
O Cruzeiro do Sul conversou com dois representantes da torcida do Atlético-MG e do Botafogo-RJ que contaram algumas superstições — como usar a mesma camisa em momentos decisivos — e ainda falaram da certeza de que será um confronto bem disputado.
O advogado Imar Eduardo Rodrigues aposta em um placar apertado — 1 a 0 ou 2 a 1 — para o Galo. O atleticano de 64 anos que mora em Sorocaba desde 1992 confia em uma peça importante do elenco: o atacante Hulk. “A expectativa para a final será a de um jogo muito equilibrado, que será decidido nos detalhes. O time titular do Galo é muito bom e contamos com o craque também”, opina.
A confiança vem pela campanha apresentada. “O Atlético fez a segunda melhor campanha na primeira fase da Libertadores, atrás apenas do River Plate. Nas fases de mata-mata eliminamos o próprio River Plate, com uma goleada (3 a 0), em Belo Horizonte, e um empate na Argentina (0 a 0), e eliminamos o Fluminense, o campeão da Libertadores do ano passado”, acrescenta.
Além do histórico do ano, uma coisa que Imar não deixa de fazer é assistir, principalmente em momentos mais decisivos, os jogos com a camisa da Galo Metal. “É uma torcida organizada da qual faço parte e tem de ter um vinho do lado”, conta sobre sua superstição.
O uniforme, inclusive, é o mesmo utilizado na disputa do único título da Libertados do Atlético-MG, em 2013. O momento foi o mais marcante da história de 116 anos do clube para o torcedor de 64 anos.
Alguns meses depois, para a disputa do Mundial do mesmo ano, o torcedor embarcou para Marrocos com o objetivo de torcer bem de pertinho. A história foi contada pelo Cruzeiro do Sul em matéria publicada no dia 18 de dezembro.
Feito histórico
Quem busca viver essa experiência pela primeira vez é Vandilson Fernandes de Melo. Torcedor do Botafogo, o Carioca, como também é conhecido, não se aguenta de ansiedade com a chance de presenciar o feito histórico de seu time. “Ainda bem que não sou cardíaco, pois caso contrário eu não ia aguentar”, comenta aos risos.
O analista de recebimento sênior, de 51 anos, é natural do Rio de Janeiro e mora em Sorocaba há 34 anos. Ele sempre acreditou que o time fosse pudesse chegar às decisões da Liberta, apesar da ideia contrária dos rivais. “Sem dúvida acho que foi uma campanha espetacular, pois já na fase de grupos todos davam como certeza que o Botafogo não iria passar. Por fim, passamos e ainda deixamos para trás grandes equipes.”
O palpite de Carioca para o confronto é de 2 a 0 para o Botafogo. “Mesmo sendo um jogo complicado, estamos em um melhor momento”, afirma.
Assim como Imar, uma das superstições está no vestuário. Apesar de ter um arsenal de camisas, para não ter erro e manter a tradição, em dia de jogo é sempre o mesmo manto.
Enquanto o Fogão não ganha o continental, o título mais marcante para o analista de recebimento sênior é o Brasileiro de 1995. Isso porque o bicampeonato foi conquistado após um jogo decisivo repleto de controvérsias. Na época, o campeonato não era de pontos corridos, como hoje.
Longe das cidades-sedes das equipes, tanto Carioca como Imar assistirão ao confronto no conforto de seus lares. “Meu filho também é botafoguense e vou assistir com ele”, conta Carioca. Já o advogado vai ter uma rival do Estado no sofá. “Vou assistir no meu apartamento, com a esposa [que é cruzeirense], minha filha, meu filho, minha nora e dois casais de amigos, também mineiros.”
Paixão independente da distância
Muitos escolhem o time de coração por influência de familiares e ainda na infância. Assim ocorreu com Imar que teve em casa o hino do Galo tocado frequentemente pelos pais, torcedores fanáticos.
Tanto que hoje, para ele, ser atleticano é um estilo de vida. “É gritar Galo quando alguém deixa cair um copo no chão. É assistir todos os jogos, seja nas fases boas ou nas fases ruins. É um sentimento que não se define, se sente. Para mim, depois da família, é o Clube Atlético Mineiro”, revela. A paixão é tanta que nos anos 1970 e 80 escreveu um livro sobre o clube chamado “Forte e Vingador”.
Já no caso de Carioca, a opção dentro de casa era se tornar Fluminense, time que seu pai torcia, mas um amigo que sempre o levava para o Maracanã era acompanhar os jogos de várias equipes do Estado. “Acho que quem mais me motivou foram esses amigos do meu pai mesmo, pois eles sempre foram loucos pelo Botafogo”, diz.
Com várias vivências e momentos passados com o Botafogo em campo, ao ser perguntado o que é o Glorioso em sua vida, Carioca diz que “significa uma grande paixão que não tem como explicar”.
100% brasileira
O confronto entre Atlético-MG e Botafogo-RJ é o sexto totalmente brasileiro na história da Libertadores. Os outros encontros com equipes nacionais foram: Flamengo x Atlético-PR (2022), Palmeiras x Flamengo (2021), Palmeiras x Santos (2020), São Paulo x Internacional (2006) e Atlético-PR x São Paulo (2005).
FINAL DA
LIBERTADORES 2024
Atlético-MG x Botafogo-RJ
Quando: neste sábado,
30 de novembro de 2024
Onde: Estádio Monumental de
Núnez, Buenos Aires, Argentina
Horário: 17h
Transmissão: Globo, ESPN,
Disney+ e Paramount+