‘Call center do crime’ vazou dados de 120 milhões

Grupo tinha informações inclusive de juízes e desembargadores

Por Cruzeiro do Sul

Uma quadrilha que operava em todo o País vazou dados de pelo menos 120 milhões de brasileiros, segundo a Polícia Civil do Estado de São Paulo. Ao menos 1 de cada 2 brasileiros tiveram seus dados acessados e possivelmente vendidos pela organização criminosa. O grupo tinha informações funcionais de servidores de Tribunais de Justiça, inclusive juízes e desembargadores, governos de ao menos 15 Estados, autarquias previdenciárias e concessionárias de telefonia.

“Não há dúvidas de que um de cada dois brasileiros tiveram os dados vazados. Se levarmos em conta a população economicamente ativa, essa proporção fica até maior. Os dados estão sendo usados para dar uma nova camada aos crimes cibernéticos. Qualquer pessoa pode ser vítima”, afirmou o delegado Everton Contelli, coordenador da Unidade de Inteligência da Polícia Civil.

Apenas do banco de dados do governo do Estado do Rio de Janeiro, a quadrilha extraiu 170 mil dados de servidores. “Conseguimos alcançar o call center do crime. Milhões de dados de funcionários públicos, de policiais e de toda a população brasileira, infelizmente, estavam nas mãos dos criminosos”, complementou Contelli.

As investigações, que duraram um ano, começaram após o vazamento de dados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), segundo o delegado. Na manhã de ontem (28), policiais civis da área do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-5) da região de São José do Rio Preto cumpriram nove mandados de busca e apreensão.

O grupo identificado é composto por sete pessoas que comercializam dados, por exemplo, de alguns dos principais bancos digitais e empresas de telefonia do País. (Estadão Conteúdo)