Torcedores vão aos bares para assistir a final da Libertadores
A final da Libertadores deste ano não contou com times paulistas. Mesmo assim, torcedores de clubes rivais se reuniram para assistir à partida que deu o título de campeão ao Botafogo pela primeira vez em sua história.
Em Sorocaba, um dos bares ficou lotado ontem (30) e, apesar de qualquer disputa dentro de campo, o clima era de resenha e o desejo de ver um bom jogo de futebol prevalecia.
O servidor público Leandro Efisio foi um dos poucos — senão o único — botafoguenses identificados no local. Ele assistiu ao jogo ao lado de amigos corintiano, são-paulino, santista e palmeirense e quase acertou o placar final. A aposta foi de 3 a 0, mas a partida terminou em 3 a 1, com gols de Luiz Henrique, Alex Telles e Junior Santos.
“Vir com os rivais está tudo certo, essa resenha é muito boa, a gente brinca. O importante é ter o respeito”, comenta o mineiro que nunca pensou em se tornar atleticano e mora em Sorocaba há dez anos.
Além dele torcer para o Glorioso, alguns de seus amigos também davam uma forcinha extra, principalmente o corintiano. “Ele quer que a gente ganhe para abrir uma vaga da Libertadores para eles”, brinca o servidor público que, nos primeiros minutos, não conteve o nervosismo e a ansiedade e roía as unhas a cada lance. “A gente tem de ganhar. Espero ansiosamente ver meu time campeão da Libertadores pela primeira vez.”
Não muito longe dele estava uma dupla de advogados torcedores de Palmeiras e de São Paulo, mas que deixaram as camisas dos times em casa e foram com o objetivo de apreciar o melhor que o futebol oferece. “A gente gosta de vir aqui e assistir aos jogos com a galera. Reconheço que o Botafogo está melhor, mas eu torço para o Atlético Mineiro”, revela o palmeirense Thiago Christian Florio Lima. Já o são-paulino Robison Passos declarou a torcida para o Glorioso.
Para atender a demanda, o dono do estabelecimento, que fica no Jardim Paulistano, zona sul de Sorocaba, José Marcos distribuiu 22 televisores pelo espaço para ninguém perder um lance. “Em dias de jogos o movimento aumenta demais. A casa sempre fica cheia. Futebol aqui é tradição”, relata o empresário de 57 anos.
Apesar da maior parte do público ser de times paulistas, havia ainda uma atleticana no recinto. A jovem Helena Brandl, 23, vestiu o manto e acompanhou o telão com atenção aos lances. “Se vencer vai ser emocionante, porque 11 anos já é um tempão sem ganhar”, riu a torcedora do Atlético-MG.
Ela chegou ao bar próximo ao horário do jogo e não imaginou que estaria tão cheio, “mas é legal que mesmo não sendo nenhum time de São Paulo a galera veio para aproveitar o sábado e ainda com jogão do meu time”, acrescenta a estudante de psicologia.
O Cruzeiro do Sul também percorreu outros estabelecimentos da cidade e a percepção foi a mesma: resenha.
O jogo
A final disputada no Mâs Monumental, estádio do River Plate, em Buenos Aires, ontem (30), deu ao Botafogo, pela primeira vez, o título da Libertadores.
Os primeiros 46 segundos já foram de baixa para o campeão. Gregore acertou Fausto Vera e foi expulso. Apesar disso, o time do Rio de Janeiro foi melhor. Aos 34, Luiz Henrique abriu o placar e, aos 42, Alex Telles ampliou.
No segundo tempo, Vargas diminuiu para o Galo no primeiro minuto, mas a equipe mineira não conseguiu empatar e reverter o placar. Para finalizar e dar a confirmação de que a taça viria para o Rio de Janeiro, Junior Santos fechou o placar: 3 a 1.
O campeão sul-americano agora vai disputar em Doha, no Catar, o Mundial de Clubes, agora chamado de Copa Intercontinental. A estreia é contra o Pachuca, do México, em 11 de dezembro, três dias depois do fim do Brasileirão.