Roni comemora seu 1º gol pelo Timão

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O volante de 21 anos marcou contra o Bahia. Crédito da foto: Marco Galvão / Fotoarena / Estadão Conteúdo (16/9/2020)

O volante de 21 anos marcou contra o Bahia. Crédito da foto: Marco Galvão / Fotoarena / Estadão Conteúdo (16/9/2020)

Demorou pouco mais de 16 anos para que o volante Roni Medeiros de Moura -- ou simplesmente Roni -- fizesse a sua estreia pelo profissional do Corinthians. No entanto, bastaram 34 minutos para que o jogador de 21 anos marcasse o primeiro gol no clube onde cresceu. Na quarta-feira (16), diante do Bahia, ele foi escolhido pelo técnico interino Dyego Coelho para atuar no time titular. A equipe venceu por 3 a 2 e o “filho do terrão” se destacou.

Roni chegou ao Corinthians em 2004, com cinco anos. A integração precoce lhe permitiu passar por todas as categorias de formação. Começou no futsal, onde jogou por seis anos, e em 2010 foi transferido para os gramados do Parque São Jorge. O volante faz parte de uma safra de jogadores conhecidos da base, como Pedrinho, Léo Santos, Léo Jabá e Fabrício Oya.

Em 2016, foi campeão da Copa do Brasil Sub-17. No ano seguinte, da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Nas duas ocasiões, ele era o capitão do time. Vestiu a braçadeira em todas as categorias. Isso porque o volante é conhecido internamente como um jogador de espírito aguerrido, que não se entrega.

Roni foi integrado ao elenco pelo técnico Tiago Nunes, em julho, mas não havia sido utilizado. Com a chegada de Dyego Coelho, que já o treinou nas categorias inferiores, pode ter mais destaque.

Memória do irmão

Roni dedicou o gol contra o Bahia ao seu irmão Tupã, que morreu em dezembro de 2016. Na ocasião, Roni estava concentrado com os seus companheiros de base para a disputa da Copa Rio Grande do Sul. Mesmo sabendo da notícia, continuou com o elenco até o Corinthians ser eliminado. Não quis deixar os companheiros.

“Gol muito especial, o sonho sempre foi jogar no profissional e fazer um gol. Trabalhei muito, só eu e minha família sabemos o que passamos. Queria dedicar esse gol para o meu irmão. Ele faleceu”, disse, acrescentando: “Eu sempre falei para ele que um dia seria profissional e poderia ajudar meu pai e minha mãe a comprar uma casa. Esse sempre foi o sonho dele”.

Tupã tinha a mesma ambição de Roni: ser jogador profissional de futebol. Chegou a jogar no time B do Palmeiras, mas não deu certo. Morreu em decorrência de uma parada cardíaca durante um jogo de várzea. (Estadão Conteúdo)