Santos repudia comentário racista

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Madson fez o gol de empate do Santos já nos acréscimos, de pênalti. Crédito da foto: Ivan Storti / Santos.

O Santos divulgou nota oficial para repudiar o uso do termo “crioulinho” pelo narrador Haroldo de Souza, da Rádio Gre-Nal, de Porto Alegre, para se referir ao atacante Lucas Braga durante o jogo do Peixe com o Grêmio, na tarde de quarta-feira, que terminou empatado em 3 a 3.

“Aquele crioulinho que está lá na ponta esquerda do time do Santos, quem é ele?”, perguntou Haroldo ao colega que estava no campo. Ao receber a resposta de que era Lucas Braga, completou: “Ah, o Lucas Braga que está caído lá. É o moreno, né? Moreno, cidadão de cor, numa boa”.

O Santos destacou que o termo usado para se referir ao atacante é pejorativo e publicou uma nota oficial. “O Santos FC não vem por meio desta apenas lamentar ou repudiar os termos racistas utilizados pelo narrador Haroldo de Souza, da Rádio Gre-Nal. Não cabem mais lamentos ou notas de repúdio sobre racismo em pleno 2021. Cabe ação e mobilização”, afirma a nota.

“É no silêncio, na omissão, na relativização frente ao preconceito que o racismo cresce silenciosamente e se estabelece de forma estrutural em nossa sociedade. Basta de tolerância com racismo! Basta!”, conclui o texto, que cobra “uma reação efetiva do veículo de comunicação empregador desse senhor e da própria comunidade que compõe a audiência de tal rádio”.

A empresa que cuida da carreira de Lucas Braga se manifestou através de nota no Instagram. O atacante Marinho, colega de Lucas Braga, demonstrou raiva através das redes sociais. “Racista de m****. Lamentável ter que ouvir isso desse mal informado, mal preparado, que infelizmente vive na sociedade para agredir verbalmente alguém. Seu preconceituoso”, escreveu Marinho, em uma publicação feita no Instagram.

Após a repercussão do caso, Haroldo pediu desculpas. Segundo o narrador, não era sua intenção ofender o jogador santista. A rádio Gre-Nal emitiu uma nota de repúdio e disse “não compactuar com qualquer tipo de atitude discriminatória”. (Estadão Conteúdo)