Edson Vieira comanda arrancada histórica na Série A2

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Campeão da A3 em 2013, o técnico celebra novo acesso pelo Azulão. Crédito da foto: Fábio Rogério (30/9/2020)

Campeão da A3 em 2013, o técnico celebra novo acesso pelo Azulão. Crédito da foto: Fábio Rogério (30/9/2020)

O técnico Edson Vieira faz parte da história do São Bento e também terá a chance de conquistar mais um título pelo clube sorocabano. “Eu faço parte da história do clube. Imagina se Deus me dá a chance de ser campeão da Série A2?”, indaga. A última taça que o Bentão levantou foi sob o seu comando: a Série A3 do Campeonato Paulista de 2013. Nesta nova passagem, o treinador foi um dos principais personagens que garantiram o retorno do time de Sorocaba à elite do futebol paulista.

Desta vez, Edson Vieira pegou um time que já era visto como forte candidato a ser rebaixado. Estava na 15ª colocação na Série A2, com seis pontos em oito jogos e apenas uma vitória. Encontrou um grupo que parecia entregue. “Quando entrei no vestiário, eu quis ir embora. Falei: (Fábio) Bahia, vocês estão destruídos, esse time aqui nem o (Pep) Guardiola dá jeito. Falei: presidente, eu vou embora”

Apesar do desejo em sair, ele permaneceu. E a primeira conversa com o elenco foi fundamental. “Na oração de ontem, antes do jogo, eu fiquei sabendo que eles se reuniram depois daquela conversa (de apresentação). Antes de ir para o campo, eles ficaram dentro do vestiário e conversaram, disseram que as coisas iriam mudar”, revelou.

Depois, começaram a construir uma arrancada histórica. Foram sete vitórias consecutivas, com 15 gols marcados e cinco sofridos. Deixaram a zona do rebaixamento e terminaram a primeira fase na quarta colocação. No mata-mata, dois empates com o Taubaté e a classificação às semifinais nos pênaltis. E nos duelos que deram vaga à elite estadual, uma vitória (3 a 0) sobre o São Bernardo e uma derrota, que interrompeu uma sequência de 10 jogos sem derrotas na A2.

Porém, em meio à essa campanha, o clube ficou paralisado por 126 dias pela pandemia do novo coronavírus, provocando a perda de receitas e, consequentemente, a regenociação dos contratos de todos os funcionários. Alguns atletas deixaram o elenco, por não entrarem em acordo com os novos salários ou por receberem propostas melhores.

Nesse tempo, Edson Vieira deixou de comandar apenas dentro de campo e foi buscar ajuda financeira ao time. “Passei pedindo e as pessoas foram ajudando. Fui atrás de algumas coisas. Pela amizade na cidade, as pessoas nos ajudam”, confessou o treinador.

Placa

Adorado pela torcida beneditina, Edson já fez um pedido à diretoria: uma placa no Centro de Treinamentos Humberto Reale. “Placa tem que ter, não só para mim, mas para esse grupo. Lá no Humberto Reale é com muita dignidade que se faça uma placa e eu quero estar junto”, apontou o técnico, que tem contrato até o fim da terceira divisão nacional e ainda não sabe sobre o seu futuro.

“Eu vou até acabar a Série C, é o compromisso que eu tenho com o clube. Depois, o próximo presidente decide. Eu vou até o final, a não ser que o clube me mande embora. A minha parte eu cumpri com a diretoria do São Bento”, finalizou.

Torcida recebe delegação com festa no CIC

Recepção ao ônibus do clube foi na frente do Estádio Walter Ribeiro. Crédito da foto: Fábio Rogério (30/9/2020)

Com muita festa, fogos de artifício e música, o ônibus do São Bento foi recebido por inúmeros torcedores beneditinos, na noite de ontem (30), em frente ao Estádio Walter Ribeiro (CIC), para comemorar a volta ao Paulistão. Aos gritos de “o Bentão voltou” e “time de guerreiros”, os jogadores e o técnico Edson Vieira foram recebidos nos braços da torcida após o desembarque.

Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, não foi possível impedir a aglomeração de cerca de 100 pessoas. Por cerca de 30 minutos, atletas, comissão técnica, diretoria e torcedores entoaram músicas ao som da bateria de uma das torcidas organizadas. Bambam, artilheiro com sete gols, e Edson Vieira foram os mais ovacionados. (Zeca Cardoso)