‘Vida parada’ não afeta otimismo na LSB

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Para Rinaldo, ficar longe da quadra é uma das piores coisas no mundo, mas vai passar. Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS (19/9/2018)

Para Rinaldo, ficar longe da quadra é uma das piores coisas no mundo, mas vai passar. Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS (19/9/2018)

Todo o esporte no mundo está paralisado. Sem jogos, sem treinos. Uma sensação inédita para muitos técnicos e jogadores, que estão afastados de suas atividades profissionais e, também, de suas paixões.

Para tentar explicar a sensação de não poder estar em quadra, o presidente e técnico da Liga Sorocabana de Basquete (LSB / Flex), Rinaldo Rodrigues, chega a se emocionar ao falar da modalidade que faz parte da sua vida.

“Ficar longe da quadra é uma das piores coisas no mundo. Faz muito falta. É como se tirasse um pedaço. É uma ferida que não se compara. Nada cobre esse vazio. É muito difícil. É uma paixão e um profissionalismo que a gente segue há 20 anos”, revela.

Atividade isolada

Mesmo com a ausência dos trabalhos coletivos, os atletas da LSB, tanto os da base quanto os profissionais, seguem realizando treinamentos individualizados dentro de suas casas. Manter a saúde física e mental é o foco.

“Estamos trabalhando bastante a parte física e psicológica deles. Motivamos, falando que a equipe vai continuar existindo, que não vai acabar, que o projeto está firme. Também passamos alguns vídeos”, conta.

Chegada de reforços

O slogan da equipe soracabana é: a LSB não para. E não ficou parada, mesmo com a paralisação do mundo. O isolamento social não impediu a direção do clube de buscar reforços para a sequência da temporada.

“Tínhamos até o dia 27 de março para inscrever os jogadores. Conseguimos contratar o Juliano (armador) e o Jonathan (pivô). Eles nem se apresentaram no clube ainda, mas, com certeza, vão ajudar muito a LSB. Estamos muito felizes com essas contratações”, analisa o técnico e presidente do clube.

Em relação a competições, Rinaldo acredita que não devem retornar até julho. Com isso, os treinamentos estão projetados para voltarem no final do mês de maio e início de junho. No ano, a LSB fez apenas um jogo pela Copa São Paulo, vencendo Assis, por 91 a 79.

Para o técnico e presidente sorocabano, o torneio paulista deve ser encerrado, já que conta com seis equipes e pode ser reformulada a forma de disputa. Já o Campeonato Brasileiro, a principal competição do ano, deve iniciar no mês de julho.

“Acreditamos muito nesse campeonato para fazer um bom papel. Sabemos do favoritismo das equipes que estão na frente, de salário (maiores) e atletas. Mas, acreditamos na força dos nosso trabalho”, confirma.

Além da Copa São Paulo e do Campeonato Brasileiro, a LSB pretende disputar o Campeonato Paulista e representar Sorocaba nos Jogos Regionais, que estão programados para serem disputados na cidade.

“Acredito que os Jogos Regionais devem começar em setembro ou outubro. Deve mudar a data. O Campeonato Paulista, acredito, deve ter um bom senso e deve começar em julho e agosto”, afirma Rinaldo, que imagina os Jogos Abertos reagendados para dezembro.

Situação financeira

Com a crise econômica afetando todo o mundo, a queda na arrecadação nas entidades esportivas já é sentida. Porém, a LSB já está acostumada com problemas financeiros e segue otimista.

“Estamos firmes, motivados e otimistas. Tivemos alguns patrocinadores que esse mês não acertaram, mas temos que dar um voto de confiança. A crise está em tudo. Estamos conversando com eles para resolver da melhor forma”, revela Rinaldo.

A negociação para a redução de salários e jornada de trabalho foi regulamentado pelo Governo Federal, mas isso não passa pela cabeça da direção da LSB. O time sorocabano vai até na contramão da tendência empresarial.

“É impossível. Os salários dos atletas já são baixos. Se conseguirmos mais parceiros, queremos melhorar os salários. Se tivermos que cortar algum salário, teremos que liberar o atleta. Menos que isso, eles não podem ganhar”, afirma. (Zeca Cardoso)