Alemanha inicia retomada econômica gradual

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Merkel diz que situação é frágil. Crédito da foto: Thomas Kienzle / AFP

Ontem foi autorizada a abertura de lojas com menos de 800 metros. Crédito da foto: Markus Schreiber / AFP

A Alemanha autorizou, nesta segunda-feira (20), a abertura de algumas lojas e a Noruega fez o mesmo com as creches, em uma Europa que começa a aliviar seu confinamento com prudência, graças aos primeiros sinais de contenção da pandemia de coronavírus.

Governos de todo o mundo debatem como e quando suspender o confinamento, que mantém mais da metade da humanidade trancada em suas casas e paralisa a economia global, apesar de o número de mortos ainda ser alto, especialmente nos Estados Unidos, que ultrapassou os 40.000 óbitos.

Vários países como França (mais de 20.000 mortos), Espanha (21.000) e Itália (mais de 24.100) registram uma diminuição no número de contagiados e mortos, permitindo que os governos considerem as primeiras medidas de desconfinamento nas próximas semanas.

Na Alemanha, com mais de 139.000 casos registrados e 4.000 mortes, a abertura da maioria das lojas com menos de 800 metros foi autorizada desde ontem.

Discussões

A pandemia está “sob controle e é administrável”, avalia o ministro da Saúde, Jens Spahn. As medidas serão aplicadas de maneira diferente nas 16 regiões do país, e muitas empresas ainda permaneciam fechadas em Berlim.

Centros culturais, bares, restaurantes, áreas de lazer e quadras esportivas ainda estão fechados. As escolas de ensino fundamental e médio reabrirão gradualmente a partir de 4 de maio.

A instrução para respeitar uma distância mínima de um metro e meio em locais públicos ainda está em vigor e o uso de máscaras é “fortemente recomendado’.

A situação é “frágil”, destacou a chanceler Angela Merkel, que ontem não escondeu sua raiva das “orgias de discussões” no país sobre um possível desconfinamento total e pelo crescente descumprimento, na sua opinião, das regras do distanciamento.

“Estamos no início da pandemia e ainda estamos longe de ter deixado o pior para trás”, alertou a chancelar, reconhecendo que uma “recaída seria lamentável”.

Essa estratégia de saída da crise na Alemanha, o motor econômico do continente, é observada de perto pelo resto de uma Europa confinada há um mês.

Na Noruega, onde a pandemia também parece estar sob controle, creches e escolas para crianças reabriram ontem, após cinco semanas.

Outros países europeus, como Áustria e Dinamarca, já haviam começado a flexibilizar suas restrições.

Retomada

Merkel diz que situação é frágil. Crédito da foto: Thomas Kienzle / AFP

O desafio de sair do confinamento é enorme: relançar a atividade e conter os riscos de multidões para impedir o ressurgimento do vírus.

Um sinal da urgência econômica causada pela pandemia é que o Banco da Espanha prevê para 2020 uma queda no PIB entre 6,6% e 13,6%, algo “sem precedentes na história recente”.

Enquanto isso, o petróleo dos Estados Unidos chegou a despencar para US$ 5 o barril devido à saturação das reservas em plena desaceleração econômica.

“Vamos ter que aprender a conviver com o vírus”, alertou o primeiro-ministro francês Edouard Philippe. A França está considerando um desconfinamento partir de 11 de maio, mas será muito gradual.

Na Itália, onde ontem o número de pacientes caiu pela primeira vez, as primeiras medidas não serão adotadas até 3 de maio, mas aos poucos as empresas serão reabertas, mesmo que parcialmente e com muita cautela.

No Reino Unido, o confinamento foi prolongado por pelo menos mais três semanas. Com mais de 16.500 mortes, é um dos países mais atingidos pela pandemia, apesar de, ontem, ter o menor número de mortes (449) em duas semanas. (AFP)