Mercosul debate ações contra a pandemia
Os presidentes do Mercosul, ontem, na primeira cúpula virtual do bloco, apostaram no trabalho conjunto para enfrentar a pandemia de Covid-19 que causa estragos na América Latina, e expressaram a vontade de efetivar o acordo comercial com a União Europeia. “Os próximos meses serão grandes desafios para todos. Um deles é conciliar a proteção da saúde das pessoas com o imperativo de recuperar a economia”, disse o presidente Jair Bolsonaro, amplamente criticado pela forma como lida com a pandemia no segundo país mais afetado no mundo pela doença.
“Estou certo de que o Mercosul faz parte das soluções que estamos construindo”, acrescentou, nesta reunião em que o Paraguai transferiu a presidência pro tempore do bloco para o Uruguai.
A América Latina é atualmente o epicentro da pandemia, que já infectou mais de 10,7 milhões de pessoas em todo o mundo fez mais de 517.000 vítimas.
O presidente argentino, Alberto Fernández, que empregou todos os seus esforços para desacelerar a progressão da doença, apesar de seus efeitos devastadores na economia e acabou de reforçar as medidas de isolamento social, afirmou que “ninguém se salva sozinho”, em alusão a uma frase do Papa Francisco.
“Somos o continente mais desigual na distribuição de renda e temos que enfrentar esse desafio (da Covid-19), sabendo que estamos enfrentando a maior crise mundial”, destacou Fernández.
Mercosul, UE e EFTA
Em um comunicado conjunto, os quatro presidentes do Mercosul se comprometeram a revisar a tarifa alfandegária comum com vistas à consolidação da união aduaneira.
Fernández, Bolsonaro, Mario Abdo (Paraguai) e Luis Lacalle Pou (Uruguai) saudaram os avanços para a adequação do setor automotivo à união alfandegária e a realização da reunião ad hoc do setor açucareiro.
Na reunião, Bolsonaro pediu a aceleração da entrada em vigor dos acordos de livre comércio firmados no ano passado com a União Europeia e com os países da EFTA (Acordo Europeu de Livre Comércio), ainda pendente de ratificação pelo parlamentos de cada país.
“Apelo a todos os presidentes para que, como eu mesmo fiz, instruam seus negociadores a fechar os textos para deixá-los prontos para sua assinatura neste semestre”, disse Bolsonaro. (AFP)