Na Venezuela, 13 já morreram em protestos contra o governo Maduro

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Protestos de quarta-feira (23) deixaram cerca de 20 detidos - Foto: Yuri Cortez/AFP

Protestos de quarta-feira (23) deixaram cerca de 20 detidos - Foto: Yuri Cortez/AFP

Treze pessoas morreram na Venezuela nas últimas 24 horas em protestos contra o presidente Nicolás Maduro, informou a ONG Observatório Venezuelano da Conflitividade Social (OVCS). As mortes, a maioria por armas de fogo, ocorreram em Caracas e nos estados de Táchira, Barinas, Portuguesa, Amazonas e Bolívar, na fronteira com o Brasil, onde ocorreram saques.

A polícia de choque enfrentou um grupo de manifestantes nesta quarta-feira (23) em um bairro do leste de Caracas, após uma passeata na qual o líder do Parlamento, Juan Guaidó, se proclamou presidente interino da Venezuela. Os choques começaram quando dezenas de jovens, alguns encapuzados, bloquearam uma importante avenida no bairro de Altamira, e a polícia de choque utilizou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes.

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Os protestos, que deixaram cerca de 20 detidos, foram a primeira grande queda de braço entre Maduro e a oposição nas ruas, após as manifestações que deixaram 125 mortos entre abril e julho de 2017. Convocados por Guaidó, os opositores exigiram a saída de Maduro e a convocação de eleições livres por um governo de transição, enquanto os chavistas rejeitaram o golpe de Estado em curso orquestrado por Washington.

Rússia critica posição de países ocidentais

A Rússia criticou nesta quinta-feira (24) os países ocidentais por seu apoio ao presidente interino autoproclamado da Venezuela Juan Guaidó, por considerar que "mostra sua atitude a respeito do direito internacional".

"Os acontecimentos na Venezuela mostram claramente a atitude da comunidade internacional progressista a respeito do direito internacional, da soberania e da não interferência nos assuntos internos de um país em que busca mudar o poder", afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, em sua página do Facebook.

Estados Unidos e seus aliados na região, Brasil, Argentina e Colômbia, entre outros países, reconheceram a legitimidade do presidente do Parlamento venezuelano Juan Guaidó.

A União Europeia pediu que "voz" do povo da Venezuela seja ouvida e exigiu eleições "livres". O presidente turco Recep Tayyip Erdogan expressou apoio a Maduro. "Irmão Maduro, mantenha a cabeça erguida, a Turquia está a teu lado", afirmou o chefe de Estado turco a Maduro durante uma conversa telefônica, segundo o porta-voz da presidência, Ibrahim Kalin. (Com informações da AFP)