Presidente chileno é acusado de crimes contra a humanidade
Tribunal de Santiago do Chile aceitou denúncia contra o presidente do país, Sebastián Piñera, por crimes contra a humanidade cometidos em razão das manifestações que pararam o país nas últimas três semanas e que deixaram 20 mortos. Em resposta, Piñera afirmou que "não tem nada que ocultar".
"Estabelecemos total transparência nos números porque não temos nada que esconder", disse o presidente chileno, ao defender que todos os culpados terão de pagar por seus crimes, sejam eles membros das forças de segurança, sejam eles cidadãos comuns.
A acusação, apresentada por um grupo de advogados que representam organizações de direitos humanos, quer que se investigue a participação de Sebastián Piñera como autor de crime contra a humanidade, por causa das violações registradas no país desde o dia 18 de outubro, quando as Forças Armadas foram às ruas conter e reprimir os protestos. De acordo com a ação, o presidente seria responsabilizado, "como autor, como chefe de estado e por todos os responsáveis ??como perpetradores, ocultadores ou cúmplices do crime contra a humanidade".
18 de outubro foi o dia que Piñera decretou estado de emergência e convocou as Forças Armadas e os carabineros (polícia chilena) para fazer a segurança dos cidadãos. No entanto, membros dessas forças teriam cometido pelo menos nove tipos de delito, entre homicídios, torturas, prisões ilegítimas, abusos sexuais, violações, além da destruição do globo ocular de mais de 150 pessoas causados por balas de borracha. O Instituto Nacional de Direitos Humanos verificou até o momento 1.778 feridos e cerca de 5 mil detidos.
A denúncia contra Piñera foi aceita pelo juiz Patricio Álvarez e o assunto foi encaminhado ao Ministério Público, para investigação.
De acordo com a acusação, essas violações foram constatadas por diversos organismos nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos, como a Organização Mundial Contra a Tortura (OMCT), que denunciaram os crimes contra a população no momento em que esta exercia o direito a manifestação. (Marieta Cazarré - Agência Brasil)
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