Religiosos se juntam a protestos em Mianmar
Diante do aumento de mortes nas manifestações pró-democracia em Mianmar, cada vez mais membros da comunidade religiosa se juntam aos protestos. Ontem, a imagem de uma freira ajoelhada em frente a policiais, e dois deles se ajoelhando com ela, mantendo as mãos juntas em sinal de respeito, ganhou grande destaque na imprensa mundial. A imagem foi publicada inicialmente pelo Mytkyina News. País de maioria budista já soma 60 mortes desde o início dos protestos, em fevereiro. Centenas de católicos têm marchado nas ruas de Yangun, fazendo orações e rezando o rosário.
“Eu implorei para que não atirassem nos jovens. Mas, não muito longe daqui, outro grupo de policiais começou a disparar.” Três manifestantes foram mortos. Outras freiras, com cartazes que diziam “Não à ditadura” e “Ouçam as vozes do povo”, chegaram para apoiá-la. “Parem, estão torturando e matando gente. É por isso que as pessoas estão enfurecidas e se manifestam”, gritou uma delas.
Uma das vítimas, Zin Min Htet, foi enterrada ontem e uma multidão se reuniu em volta de seu caixão coberto de flores, fazendo a saudação dos três dedos, símbolo da resistência. (Da Redação com Estadão Conteúdo)