UE lança pacote de ajuda pós-pandemia
Os 27 líderes europeus alcançaram nas primeiras horas de terça-feira (21) um histórico acordo para superar os estragos provocados pelo coronavírus com um inédito fundo de 750 bilhões de euros, baseado na mutualização de dívida.
“Acordo!”, tuitou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, mais de 90 horas após o início da cúpula em Bruxelas, na sexta-feira passada, o que a torna uma das mais longas da história europeia junto com a reunião realizada em Nice em dezembro de 2000.
Os 27 líderes concordaram em mobilizar 750 bilhões de euros, que a Comissão Europeia tomará emprestados dos mercados financeiros em nome da UE e que serão distribuídos em forma de subsídios (390 bilhões) e empréstimos (360 bilhões).
Apoiado pela chanceler alemã, Angela Merkel, e pelo presidente da França, Emmanuel Macron, Michel foi capaz de manter intacto o valor do fundo, mas precisou fazer concessões aos “frugais” -- Holanda, Dinamarca, Suécia e Áustria --, que pediam uma redução do valor.
A primeira concessão foi reduzir o volume dos subsídios, que se tornarão uma dívida comum entre os 27, e não apenas do país beneficiado, de meio trilhão para 390 bilhões de euros. A vigilância sobre o uso deste aporte também será reforçada.
Se um país apresentar um questionamento sobre o uso dos fundos por um dos sócios em virtude dos planos nacionais de recuperação, que deverão apresentar antes do pagamento, poderá pedir que os 27 membros da UE debatam a questão em nível político.
“Mas a Comissão continuará sendo a que tem capacidade de execução do fundo”, frisou o espanhol Pedro Sánchez, para cujo país esse “autêntico Plano Marshall” aporta 140 bilhões de euros, sendo 72,7 bilhões na forma de transferências. (AFP)