Ataque a creche foi planejado por 10 meses
Fabiano Kipper Mai, autor do crime que matou duas mulheres e três crianças em uma creche em Saudades, Santa Catarina, planejou o ataque há mais de dez meses, segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Pinhalzinho-SC, capitão Leonardo Ecco, que responde pelo posto avançado de atendimento no município.
Enquanto estava sendo atendido pela equipe, Fabiano questionou um dos bombeiros sobre quantas vítimas teria conseguido atingir e, no caminho ao hospital, já dentro da segunda ambulância, disse aos bombeiros que o ato foi planejado muito antes.
“Ele disse para a nossa equipe que estava planejando o ataque há mais de dez meses”, afirmou Leonardo Ecco.
Segundo o promotor de Justiça Douglas Dellazari, que acompanha o caso, ainda é preciso ouvir testemunhas e depoimentos para formalizar essas informações, mas sabe-se que a creche teria sido escolhida por estar, na opinião do agressor, mais vulnerável: “Ele iria atacar, não necessariamente aquela creche, mas considerou que naquele local havia uma situação de maior fragilidade para praticar o crime”.
Segundo o capitão, Fabiano foi o último a ser atendido pelas equipes em função da gravidade das demais vítimas. “No momento em que nossas equipes chegaram, ele estava consciente, inclusive do ato que tinha cometido. Não foi possível avaliar as condições psicológicas ou mesmo se estava sob efeito de medicamentos”, diz. “Apresentava um corte no pescoço que, naquele momento, foi avaliado não ter atingido nenhum grande vaso sanguíneo. Posteriormente, no hospital, verificou-se tratar de um ferimento mais grave”.
O município de Saudades decidiu suspender por mais sete dias as aulas em toda a rede municipal e estadual da cidade. O Conselho Municipal de Educação começaria hoje, uma série de reuniões para decidir sobre como será o retorno às aulas na creche Pró Infância Aquarela. O grupo também discute se as aulas serão retomadas no mesmo local e se o prédio continuará a servir como creche ou se terá outra destinação.
O juiz da comarca de Pinhalzinho, Caio Lemgruber Taborda, converteu a prisão em flagrante do suspeito Fabiano Kipper Mai em prisão preventiva. Na decisão, o juiz também autorizou a quebra de sigilo de dados, para que a polícia possa fazer a análise de computadores, videogame e pen drive apreendidos na residência do suspeito. (Da Redação com Estadão Conteúdo)