Ministério da Saúde antecipa vacinação de professores
Mudança nas diretrizes nacionais também libera imunização por idade
O Ministério da Saúde decidiu antecipar a vacinação contra a Covid-19 de profissionais da educação no Brasil. Segundo a nova diretriz, a distribuição de doses para esses funcionários deve, a partir de agora, acontecer ao mesmo tempo que os atuais grupos prioritários estão sendo atendidos. Outra mudança é a liberação para vacinar por idade em locais que já atenderam grupos de risco e trabalhadores essenciais.
As orientações constam de nota técnica do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), divulgada ontem. Ainda de acordo com o documento, a imunização de profissionais da educação deve priorizar quem atua com estudantes mais jovens. Assim, a fila deve funcionar nesta ordem: funcionários de creches, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e Educação para Jovens e Adultos (EJA). Em seguida, ensino superior. “Os dois grupos foram antecipados e podem ser imunizados em paralelo às pessoas com comorbidade. Na próxima remessa, já devem ir doses suficientes para imunizar parte desse grupo”, afirmou o secretário executivo do ministério, Rodrigo Otávio da Cruz.
Hoje, o plano nacional tem como público-alvo pessoas com comorbidade, gestantes e puérperas com comorbidade e pessoas com deficiência permanente que recebem benefício. Já os grupos prioritários seguintes são pessoas com deficiência, mas sem benefício, moradores de rua, população carcerária e trabalhadores do sistema prisional. Pelo planejamento anterior, só depois entrariam os profissionais da educação.
“Vamos andar em paralelo com o grupo de maior vulnerabilidade e esse grupo (da educação) que traz impacto social”, afirmou Francieli Fontana, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Será encaminhado um porcentual de doses para cada grupo predefinido e outro para os trabalhadores da educação.”
Impactos sociais
Na nota técnica, o ministério justifica que essa antecipação “diz respeito aos importantes impactos sociais ocasionados pela Covid-19 na educação infantil com a necessidade de volta às aulas presenciais”. “Ressalta-se ainda que as creches e escolas contribuem não apenas para a educação, mas também para a segurança alimentar das crianças”, diz o documento.
A nota técnica também flexibiliza as regras para permitir que Estados e municípios vacinem a população geral, de 18 a 59 anos, desde que já tenham avançado no atendimento a grupos de maior vulnerabilidade e também em relação aos profissionais da educação.
O ministério estima finalizar a imunização de idosos e grupos de maior risco no País em junho
Um total de 96,1 milhões de doses contra a Covid-19 foram distribuídas até o momento, de acordo com a nota técnica. (Da Redação com Estadão Conteúdo)