Aplicação da 3ª dose começará com idosos
Ministro Queiroga afirmou que trabalhadores da saúde também serão prioritários no reforço vacinal
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ontem (18), que a aplicação de uma 3ª dose da vacina contra a Covid-19 começa pelos idosos e profissionais de saúde, caso essa estratégia seja aprovada pelo governo federal. O debate sobre a aplicação de uma injeção de reforço tem ganhado força no Brasil. Outros países -- como Israel, Chile e Uruguai -- já aplicam doses em alguns grupos.
“Já encomendamos um estudo pra verificar a estratégia da 3ª dose naqueles que tomaram a Coronavac. Por que naqueles que tomaram a Coronavac? Porque em relação aos outros imunizantes já temos dados científicos balizadores dessa conduta”, disse Queiroga. “Aí vamos ter as respostas e com base nessas respostas tomaremos a conduta”, acrescentou o titular da Saúde.
“Como será essa terceira dose? Bom, a gente vai começar pelos grupos prioritários. De novo: profissionais de saúde e os mais idosos. Sabemos que os indivíduos idosos têm o sistema imunológico mais comprometido, por isso é que eles são mais vulneráveis. Vocês já têm noticiado e nós sabemos, como profissionais de saúde, que pessoas que tomaram duas doses de vacina podem adoecer com a Covid-19. Inclusive em formas graves da doença. Mas se compararmos os que se vacinaram com as duas doses e aqueles que não se vacinaram. O benefício da vacinação é inconteste”, afirmou ele.
Parte dos especialistas defende avançar a vacinação para a maior parcela possível da população, incluindo os adolescentes, como forma de conter a transmissão do vírus. O avanço da variante Delta, mais transmissível, também colocou autoridades e especialistas em alerta.
Já outros médicos e cientistas dizem que seria melhor dar essa injeção de reforço em idosos -- grupo mais vulnerável, que pode apresentar queda do grau de proteção vacinal ao longo do tempo. Nas última semanas, têm sido registradas hospitalizações e óbitos entre idosos vacinados, como ocorreu com o ator Tarcísio Meira, que morreu aos 85 anos. Isso não significa que a vacina seja ineficaz: ela protege contra casos graves, mas ainda há um risco e o grau de proteção pode diminuir ao longo do tempo.
Coronavac
A diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu ontem (18), recomendar a indicação da terceira dose da vacina da Coronavac, “em caráter experimental”, para grupos que já receberam duas doses do imunizante, priorizando públicos-alvo como pacientes imunodeprimidos ou idosos.
A recomendação ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde foi aprovada em reunião de diretoria realizada ontem. A decisão, no entanto, deverá ser “centralizada e coordenada” pelo PNI.
O órgão regulador defende, no entanto, que antes de avançar nesse debate sobre doses adicionais, é necessário ampliar a integralidade da cobertura vacinal a todos os cidadãos aptos. (Da Redação com Estadão Conteúdo)