Fogo consome áreas do Juquery e Japi
O segundo dia de combate ao incêndio no Parque Estadual do Juquery, na Grande São Paulo, exigiu a combinação de grandes ações, como dois helicópteros da Polícia Militar, e também o combate manual por terra. Cerca de 200 profissionais, entre brigadistas do Parque do Juquery, agentes da Defesa Civil, bombeiros e voluntários, carregaram reservatórios de 20 kg com água nas costas por vários quilômetros para tentar apagar as chamas com o uso de esguichos. A ação é necessária porque os caminhões de água não conseguem chegar aos locais de difícil acesso do parque. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o incêndio ainda não está totalmente controlado. Na Serra do Japi, que corta cidades como Jundiaí e Cabreúva, são quatro grandes focos de incêndio também em locais de difícil acesso.
A prefeitura de Franco da Rocha, responsável pelo Parque Juquery, estima que o incêndio tenha consumido 60% do parque, que possui cerca de dois mil hectares. Na avaliação da Fundação Florestal, responsável pela gestão do local, o estrago é ainda maior e já chega aos 70%. Segundo a prefeitura, o fogo começou após a queda de um balão.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram registrados 2.708 ocorrências de incêndio na vegetação no Estado de São Paulo em junho. O pico foi em maio com mais de 4.745 incêndios.
Outra estratégia para esse combate individual às chamas foram as vassouras de bruxas, instrumentos feitos com borracha reciclada, em geral, restos de madeira de incêndio, para abafar o fogo. A prefeitura de Caieiras montou uma força-tarefa com brigadistas de secretarias municipais para ajudar no combate às chamas. Dezenas de voluntários também ajudaram na tarefa.
Criado em 1993 para conservar mata nativa e áreas de mananciais do Sistema Cantareira, o parque também abriga remanescentes de Mata Atlântica entre os municípios de Caieiras e Franco da Rocha.
Japi
O fogo também consome uma grande área na Serra do Japi, em Jundiaí e, desde sexta-feira, o incêndio se espalhou por áreas da serra nas cidades de Cabreúva, Pirapora do Bom Jesus e Cajamar (SP). Mais de dois milhões de metros quadrados foram destruídos pelo fogo, segundo a Defesa Civil. Também segundo o órgão, a suspeita é que o incêndio tenha começado a partir do rompimento de um fio energizado que atravessa a área da serra. A área de mata é de difícil acesso e o combate ao fogo, ontem, estava sendo feito com a ajuda de helicópteros. Ontem eram ao menos quatro focos de queimadas de grandes proporções. (Da Redação com Estadão Conteúdo)