Caatinga é bioma mais afetado por incêndios
Embora a média geral das queimadas no País esteja estável desde o ano passado, algumas regiões apresentam elevação preocupante no número de incêndios. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a Caatinga é o bioma mais afetado, com aumento de 157% nos focos de incêndio na comparação de janeiro a agosto deste ano com igual período de 2020. Também sofrem com o aumento da devastação o Cerrado (33%) e a Mata Atlântica (28%).
Considerando-se os Estados, a tendência também é de crescimento. Das 26 unidades da federação mais o Distrito Federal, 19 apresentaram elevação. O Estado de São Paulo, onde um incêndio devastou 80% do Parque Estadual do Juquery no último fim de semana, apresentou aumento de 28% nos focos de incêndio. O número absoluto passou de 2.383 para 3.070 na comparação até 23 de agosto. Neste mês já foram identificadas 1.881 queimadas até ontem (24). Este número já é 69% maior que o observado no mês completo de agosto do ano passado. Em todo o País, foram 78.339 queimadas até o dia 23 -- número quase igual ao de mesmo período do ano passado (77.415).
O bioma que apresenta a situação mais preocupante é a Caatinga, predominante no Nordeste brasileiro -- em especial Piauí e Ceará. “Percebe-se uma alta variabilidade de ano para ano nesse bioma. Em 2019, o registro foi maior do que neste ano. Pode haver um problema de subnotificação em outras datas. Mas é preciso destacar a questão da seca”, explica a pesquisadora Ana Ávila, diretora do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas da Unicamp. (Estadão Conteúdo)