Reabertura de escolas não agrava pandemia

Por Cruzeiro do Sul

Estudo publicado na quinta-feira (10) em uma das mais respeitadas revistas da área médica do mundo mostra que a abertura de escolas não contribuiu para agravar a situação da pandemia em países em desenvolvimento, como o Brasil. O trabalho foi feito por pesquisadores brasileiros no exterior e analisou números de casos e mortes por Covid-19 em 643 municípios de São Paulo, no fim de 2020.

O que mais afetou os índices foi a mobilidade das pessoas, independentemente de a escola estar funcionando ou não, diz o artigo publicado no Jama Health Forum, da Associação Americana de Medicina. Diante da alta no número de infectados no País atualmente, algumas prefeituras e Estados já adiaram a volta às aulas presenciais, mas mantêm abertos todos os outros setores.

“Os aspectos continuam válidos para o cenário atual, porque continua sendo Covid. Por mais que as variantes mudem o potencial de transmissão, continuamos falando da mesma doença, da mesma pandemia”, diz um dos autores do estudo, o pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Bem-estar de Crianças da Universidade de Zurique, especialista em saúde pública e epidemiologia, Onicio Leal Neto.

Agora, entram nessa conta também a vacinação completa dos professores e pais e a das crianças, iniciada em janeiro. “Não estamos falando que é para abrir escola de qualquer forma. Mas, considerando os protocolos, elas não têm papel crucial no aumento da Covid”, completa o pesquisador.

Foram analisadas 129 cidades que abriram as escolas e 514 que não o fizeram, entre outubro e dezembro de 2020. Dois municípios do Estado foram desconsiderados porque abriram e depois fecharam novamente. No total, são cerca de 18 mil escolas analisadas. (Estadão Conteúdo)