Planos de saúde já preveem reajuste maior do que 15%

Por Cruzeiro do Sul

Na expectativa da divulgação do índice de reajuste dos planos de saúde individuais e familiares pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), operadoras esperam reajuste acima de 15% após relatarem gasto médico-hospitalar recorde. Ao considerar a fórmula de cálculo utilizada pela ANS, entidades representativas das empresas dizem chegar a valores semelhantes. A ANS diz que ainda estão sendo feitos os cálculos e considera outros fatores, como inflação.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) estima que a agência autorize um reajuste de 15,7%. A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) chegou a 15,8%. Um dos principais motivos é o aumento dos custos médico-hospitalares, reportado pelas operadoras. No total, o Brasil tem 49 milhões de beneficiários de planos de saúde.

Segundo o mais recente estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), a variação de custos médico-hospitalares (VCMH) das operadoras foi de 27,7% nos 12 meses encerrados em setembro. Trata-se de recorde na série histórica iniciada em 2007. Antes disso, a maior alta (20,4%) havia ocorrido entre 2015 e 2016, quando o Brasil mergulhou em uma crise.

No início da pandemia da Covid-19, as pessoas deixaram de ir a médicos e hospitais e adiaram exames mais caros e cirurgias eletivas (não urgentes). Com isso, as despesas despencaram. Em setembro de 2020, a VCMH apurada pelo IESS foi negativa (em 3,6%). “Muita gente adiou coisas que não deveriam ter sido postergadas, como o diagnóstico e o tratamento do câncer. Com a progressão da doença, os custos aumentaram”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS. (Estadão Conteúdo)