Balsas de garimpo ilegal voltam ao Rio Madeira após 7 meses
As fileiras de balsas de garimpo clandestino que varreram o Rio Madeira, na Amazônia, em novembro do ano passado, voltaram a se formar sobre as águas da região nos últimos dias. Sobrevoos no local nas últimas duas semanas mostram dezenas de dragas usadas para sugar o leito do rio na área dos municípios de Manicoré e Humaitá, no Amazonas, região na qual a Polícia Federal destruiu 131 balsas ilegais no ano passado.
O superintendente da PF no Amazonas, Eduardo Fontes, confirmou que acompanha a movimentação. “Não podemos adiantar nada a respeito, mas estamos sabendo da movimentação”, disse. Os garimpeiros costumam se aglomerar em filas para facilitar o deslocamento na água do rio. Normalmente, eles seguem para uma mesma região ao chegar a informação de que, em determinada área, alguém teria encontrado maior quantidade de ouro.
O porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar, afirmou que o que possibilita o retorno dos garimpeiros é a ausência de uma política de desenvolvimento regional.
“O Estado brasileiro precisa compreender que precisamos ir além das ações de comando e controle, e estruturar outras políticas que nos permitam superar a economia da destruição que consome rios e florestas, mas também se alimenta da desigualdade social profunda que caracteriza a região”, destacou. (Estadão Conteúdo)