Homem é preso por manter família em cárcere privado por 17 anos
Ao chegar ao local, os PMs encontraram uma mulher e dois jovens, que estavam amarrados, sujos e subnutridos
A Polícia Militar do Rio de Janeiro prendeu na quinta-feira (28) um homem suspeito de manter a família em cárcere privado há 17 anos. Ao chegar ao local, os PMs encontraram uma mulher e dois jovens, que estavam amarrados, sujos e subnutridos. O caso aconteceu em Guaratiba, na zona oeste do Rio, e foi encaminhado à 43ª DP.
De acordo com a polícia, PMs do 27º batalhão foram à casa, que fica na rua Leonel Rocha, após receberem uma denúncia anônima. Os jovens seriam filhos da mulher e do suspeito.
Além de prender o homem, que não teve o nome divulgado, os PMs acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para prestar socorro às vítimas. Segundo a Polícia Militar, a mãe e os dois filhos estavam amarrados, sujos e subnutridos. Eles foram socorridos por uma ambulância do Samu e levados ao Hospital Municipal Rocha Faria.
A Secretaria Municipal da Saúde informou que os três apresentam quadro de desidratação e desnutrição grave, porém, já foram estabilizados e estão recebendo todos os cuidados clínicos necessários, além do acompanhamento dos serviços social e de saúde mental.
Demora
O Conselho Tutelar, a Polícia Civil, o Ministério Público e a própria Justiça tinham conhecimento da situação da família mantida presa há pelo menos dois anos.
Segundo uma integrante do Conselheiro Tutelar, o órgão ficou sabendo da situação há dois anos e, logo em seguida, fez um registro de ocorrência numa delegacia, comunicou o fato ao Ministério Público (MPRJ) e apresentou uma representação junto à Vara da Infância e da Juventude.
Segundo o MPRJ, o Conselho Tutelar informou à Promotoria da Infância e Juventude que já havia tomado as medidas pertinentes e informado o caso às polícias Militar e Civil. Além disso, o Conselho Tutelar teria informado ao MPRJ que toda rede de proteção do município estava ciente e que o Conselho tinha pedido à Justiça ações de proteção às vítimas.
“Não houve nenhuma informação posterior enviada ao Ministério Público no sentido de que a violência não fora estancada, motivo pelo qual está sendo apurada a atuação posterior do Conselho Tutelar e da rede de proteção”, informou nota.
O juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza, da 4ª Vara da Infância, afirmou que, no ano de 2020, o Conselho Tutelar de Guaratiba encaminhou ao cartório do juizado, notícia de fato com sugestão de busca e apreensão de adolescente. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)