Varíola dos macacos: casos no mundo crescem 74% em duas semanas
O número de casos confirmados da varíola de macacos cresceu 74% (11.798 novos casos) em duas semanas, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O último relatório da OMS, referente a 7 de agosto e divulgado na quarta-feira, 10, contabiliza 27.814 diagnósticos positivos de 89 países, além de seis mortes.
Na última semana, o aumento foi de 19%. Segundo a OMS, 42 países relataram crescimento no número semanal de casos. O ‘maior aumento‘ foi registrado no Brasil. Os casos subiram 190,7% no País, considerando o relatório anterior, divulgado em 25 de julho, passando de 592 para mais de 1,7 mil.
O relatório também inclui, pela primeira vez, registro de mortes fora de regiões endêmicas da África, na Espanha (2), Índia (1) e Brasil (1). O paciente brasileiro, que faleceu no dia 28 de julho, tinha 41 anos e “comorbidades”, incluindo câncer (linfoma). No total, são seis óbitos no mundo.
A maioria dos casos notificados nas últimas quatro semanas, de acordo com a OMS, foi na Europa (53%), seguida pelas Américas (46%). Os países com maior número absolutos de notificações foram Estados Unidos (7.510), Espanha (4.577), Alemanha (2.887), Reino Unido ( 2.759), França ( 2.239) e Brasil (1.721).
Dos casos em que orientação sexual foi informada, 97% se referem a homens que fazem sexo com homens. No entanto, todos podem ser infectados independente da sexualidade.
Brasil
Conforme dados do Ministério da Saúde divulgados na sexta-feira (12), e portanto, mais recentes que o relatório da OMS, o País tem 2.747 casos confirmados. São Paulo (1.919), Minas Gerais (133) e Rio de Janeiro (314) são os Estados com mais infecções confirmadas. Em duas semanas, o crescimento de notificações foi de 118,2%.
Prevenção
O contato íntimo - que inclui relações sexuais -, de pele com pele, com lesões de pessoas contaminadas, é apontado como a principal forma de transmissão da varíola dos macacos no surto atual, conforme especialistas. Porém, medidas como uso de máscaras e preservativos, higienização de mãos e o não compartilhamento de objetos capazes de transportar patógenos, como lençóis e toalhas também podem ajudar a evitar a contaminação. Outras formas de transmissão estão sendo estudadas.
A maioria das pessoas com a varíola dos macacos provavelmente vivenciará um quadro leve e poderá ser tratada em casa, conforme informou o Ministério da Saúde. No entanto, esses pacientes precisam ter alguns cuidados para evitar a propagação do vírus e também complicações do quadro. Isolar-se de familiares e pets, não coçar as erupções cutâneas e evitar o uso de lentes de contato são alguns deles. (Estadão Conteúdo)