Cônsul alemão acusado de matar o marido é declarado foragido

Por Cruzeiro do Sul

Belga Walter Henri Maximilien Biot e o agente consular alemão Uwe Herbert Hahn

A Justiça do Rio de Janeiro ordenou na segunda-feira (29) que o cônsul alemão acusado de matar o marido seja incluído na lista de foragidos da Interpol, um dia após o diplomata embarcar rumo à Alemanha.

‘O juiz Gustavo Kalil, da 4ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio, aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro e decretou a prisão preventiva do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, acusado pela morte de seu marido, o belga Walter Henri Maximilien Biot, no dia 5 de agosto‘, informou o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) em comunicado.

O magistrado ‘determinou, ainda, a inclusão do nome do cônsul na lista de foragidos da Interpol, em razão do acusado ter embarcado no domingo para a Alemanha‘, completou o tribunal.

Hahn foi detido em 6 de agosto, mas uma juíza de segunda instância lhe concedeu um habeas corpus na semana passada, alegando que o prazo para que o Ministério Público (MP) apresentasse uma denúncia havia expirado. O cônsul acabou sendo solto sem entregar o passaporte.

O MP, que nega ter perdido o prazo legal, denunciou Hahn por homicídio na segunda-feira.

De acordo com a investigação, Biot foi assassinado na cobertura onde o casal vivia, no bairro de Ipanema.

A perícia concluiu que Biot faleceu vítima de um ‘severo espancamento‘.

O MP afirma que Hahn alimentava um ‘sentimento de posse‘ em relação ao marido, a quem ‘subjugava financeira e psicologicamente‘, impedindo-o de estabelecer qualquer nível de independência econômica ou de desenvolver amizades com outras pessoas.

Hahn disse às autoridades que seu marido bateu a cabeça após uma queda.

Segundo a imprensa, Hahn, casado com Biot há 20 anos, tentou limpar a cena do crime antes da chegada da polícia e afirmou aos agentes que o marido tinha bebido muito e tomado pílulas para dormir.

‘A Polícia Civil está perplexa e estarrecida com o retorno do cônsul ao seu país de origem‘, disse a delegada Camila Lourenço ao jornal O Globo.

‘Havia a possibilidade de determinação de medida cautelar diversa da prisão, como a retenção do passaporte, o que dificultaria sua fuga‘, completou. (AFP)