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Ex-diretor do Instituto Butantan, morre em SP

O professor, médico e pesquisador científico Isaías Raw, morreu aos 95 anos

14 de Dezembro de 2022 às 17:01
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São Paulo - Fachada do centro de pesquisa biológica Instituto Butantan, no bairro do Butantã, zona oeste da capital.
Fachada do centro de pesquisa biológica Instituto Butantan, zona oeste da capital (Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O professor, médico e pesquisador científico Isaías Raw, ex-diretor do Instituto Butantan entre os anos de 1991 e 1997, morreu hoje (14) em São Paulo, aos 95 anos. A informação foi confirmada pelo próprio instituto. "Isaías deixa filhos, netos e incontáveis alunos e admiradores no Butantan e na comunidade científica brasileira e internacional”, escreveu o instituto, em sua homenagem.

Raw foi um dos maiores cientistas brasileiros. Médico formado pela Universidade de São Paulo (USP) em 1950, ele foi também mestre e doutor em bioquímica e livre-docente pela mesma universidade, além de professor catedrático e emérito da Faculdade de Medicina da USP. Membro da Academia Brasileira de Ciências na área de ciências biomédicas, sua atuação principal foi o desenvolvimento de vacinas e biofármacos. Raw também foi criador da Fundação Carlos Chagas.

Perseguido durante a ditadura militar brasileira, ele acabou exilando-se em Israel e nos Estados Unidos. Na volta ao Brasil, já no período de redemocratização, dedicou-se a transformar o Instituto Butantan no maior centro produtor de soros e de vacinas do país. Ele ingressou no Butantan em 1984, tendo sido responsável pela criação do Centro de Biotecnologia, do Museu de Microbiologia e do Museu Histórico. Ele também foi o idealizador da Fundação Butantan – entidade de apoio ao Instituto Butantan que contribui para a manutenção da produção de imunobiológicos da organização.

Além disso, ele fundou as editoras das universidades de São Paulo e de Brasília e, junto a Walter Leser, unificou os vestibulares de São Paulo. Entre diversas premiações, foi reconhecido como Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (1995) e recebeu a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (2001), ambos da Presidência da República.

A morte de Raw foi lamentada por diversas entidades e cientistas e pesquisadores brasileiros. No Jornal da Ciência, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) escreveu "manifestar profundo pesar pela morte do médico e pesquisador Isaías Raw”, que foi o sócio mais longevo da entidade, tendo se associado a ela em 1948. "A SBPC se solidariza aos amigos, familiares e entes queridos de Isaias Raw nesse momento de tristeza”, escreveu a entidade.

A Academia Brasileira de Ciências também lamentou a morte de Raw, destacando que ele foi um “herói da saúde pública brasileira”.

"Suas iniciativas no Butantan sempre buscaram equidade e benefício social para toda a população brasileira e mundial, com produtos eficazes e seguros, de qualidade e baixo custo, para uso gratuito nos programas de saúde como o Programa Nacional de Imunizações (PNI). É o suficiente para entender porque o falecido acadêmico é considerado um dos grande heróis da saúde pública no país”, escreveu a academia. (Agência Brasil)