Biden anuncia US$ 500 milhões para Fundo Amazônia, em apoio a esforço contra desmatamento

Presidente ainda recomendou que outros líderes sigam os Estados Unidos nesse compromisso

Por Cruzeiro do Sul

Ninguém na Casa Branca diz abertamente que Joe Biden vai anunciar sua campanha à reeleição para 2024

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (20), que solicitará US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia "e atividades relacionadas", no contexto do "renovado compromisso do Brasil de acabar com o desmatamento até 2030". A declaração foi dada durante reunião virtual com líderes globais do Major Economies Forum on Energy and Climate (MEF), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Biden ainda recomendou que outros líderes sigam os EUA nesse compromisso. A Casa Branca também emitiu comunicado mais cedo, com alguns pontos de destaque na iniciativa do país. A U.S. Development Finance Corporation anuncia hoje que trabalha em um investimento de US$ 60 milhões na estratégia do BTG Pactual de buscar US$ 1 bilhão para a restauração de quase 300 mil hectares de terras degradadas no Brasil, no Uruguai e no Chile, diz a nota. A iniciativa pode gerar um sequestro estimado de carbono de 35 milhões de toneladas, ao longo de 15 anos, aponta.

O presidente americano pediu que os países do grupo reunidos "reforcem suas ambições" para combater as mudanças climáticas. Ele enfatizou a importância de acabar com o desmatamento, e também anunciou US$ 1 bilhão para o Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund), da Organização das Nações Unidas. E advertiu para o fato de que os mais afetados pelas mudanças do clima serão os "menos responsáveis" por ela, como as nações em desenvolvimento.

Biden considera que o momento é de "grande perigo, mas também de grandes possibilidades". Os EUA pretendem avançar em medidas para reduzir emissões de carbono nos setores de energia e transportes, inclusive com maior uso de energia limpa, com metas "ambiciosas" de emissão zero por veículos até 2030, e também de "descarbonizar" o comércio internacional de cargas marítimas. O país também busca reduzir emissões de metano e acelerar o fim do uso dos hidrofluorocarbonetos.

Em breve declaração no início do encontro, o assessor especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, advertiu que a janela para conter o aquecimento global "está se fechando", e também enfatizou a importância dada ao governo americano para tratar a ameaça das mudanças climáticas como um risco à existência. (Estadão Conteúdo)