IBGE prorroga novamente coleta do Censo; prazo vai até 28 de maio

A divulgação dos primeiros resultados também foi adiada, e a nova data estipulada é 28 de junho

Por Cruzeiro do Sul

A etapa de apuração e coleta de campo do Censo 2022 se estenderá até 28 de maio

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nova prorrogação na etapa de apuração e coleta de campo do Censo Demográfico 2022, que agora se estenderá até 28 de maio de 2023. A divulgação dos primeiros resultados também foi adiada novamente, e a nova data estipulada é 28 de junho. Segundo o instituto, a decisão de manter o Censo ainda em campo foi resultado de uma "recomendação unânime da Comissão Consultiva do Censo".

A coleta do Censo foi iniciada em 1º de agosto de 2022, planejada para se estender inicialmente até o fim de outubro do ano passado. Após uma série de dificuldades para contratação, pagamento e manutenção de recenseadores atuando no trabalho de campo, o prazo foi prorrogado sucessivas vezes. A coleta tem como data de referência as condições em que vivia a população brasileira especificamente no dia 31 de julho de 2022. A extensão da coleta gera preocupações de especialistas sobre a qualidade das informações prestadas, uma vez que os entrevistados precisam responder com precisão informações referentes a meses atrás.

O IBGE chegou a anunciar a conclusão oficial da coleta do Censo em fevereiro deste ano, mas os recenseadores permaneceram em campo tentando reduzir a proporção de não recenseados na população brasileira. No que deveria ser a etapa de apuração e conferência de informações prestadas, trabalhadores contratados pelo instituto tentavam ampliar a cobertura com visitas a mais domicílios. Até meados de março, havia Unidade da Federação com mais de 20% da população ainda não recenseada.

No fim daquele mês, o IBGE organizou uma ação nacional de mobilização de recenseamento em favelas, em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) e o Data Favela. A força-tarefa para aumentar a proporção de população recenseada nas favelas ocorreria em 20 Estados. O órgão também organizou mutirões de coleta em bairros de alta renda.

O IBGE vinha alertando sobre a dificuldade de recenseamento em residências de alta renda, mas a elevada proporção de não recenseados em diversos Estados e o esforço nacional em favelas evidenciaram lacunas também nas demais faixas de rendimento.

Leia a íntegra da nota divulgada nesta quarta-feira (3), assinada pela assessoria de comunicação do IBGE, a respeito do novo adiamento do Censo Demográfico 2022:

"Considerando que o esforço concentrado do IBGE, com apoio do Ministério do Planejamento e Orçamento, recenseou milhões de pessoas no Censo Demográfico desde 01 de janeiro de 2023;

Considerando que a etapa de apuração do Censo, iniciada neste ano, foi bem sucedida junto a diversos territórios censitários, como a Terra Indígena Yanomami, comunidades em grandes capitais e regiões metropolitanas e também junto a bairros de alto padrão;

Considerando o trabalho técnico realizado por servidores do IBGE e o acompanhamento de especialistas externos convidados para avaliação dos dados do Censo;

Considerando que há recomendação unânime da Comissão Consultiva do Censo; o IBGE comunica que:

- As ações especiais finais, da etapa de apuração do Censo, que envolvem coleta de informações, ocorrerão até 28 de maio.

- Os dados definitivos de população do Censo serão divulgados pelo IBGE, impreterivelmente, em 28 de junho."

O IBGE interrompeu a divulgação dos dados da coleta do Censo em tempo real, assim como o das estimativas populacionais. Até o último dia 15 de março, 190,523 milhões de brasileiros tinham sido recenseados. O montante é equivalente a aproximadamente 90% da população, segundo a prévia estimada pelo instituto estatístico e enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU), no fim de 2022.

No Amapá, 20,8% da população não tinha sido ainda recenseada até meados de março. Em São Paulo, ainda faltava recensear 16% dos habitantes, e no Rio de Janeiro, 15,1%. Outros Estados com lacunas de dois dígitos no recenseamento eram Rondônia (17,3% da população não recenseada), Espírito Santo (13,4%), Tocantins (11,8%), Pará (11,7%), Acre (11,6%) e Distrito Federal (13,9%). Os Estados com maior cobertura foram Santa Catarina (98,1% da população recenseada), Piauí (97,2%), Paraíba (95,8%) e Roraima (94,5%).