Desembargador acusado de escravizar doméstica ganha R$ 37,5 mil

Ao longo de 2022, ele recebeu R$ 461 mil, sem contar vantagens que não entram na remuneração regular mensal

Por Cruzeiro do Sul

Jorge Luiz Borba, desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina

Investigado por manter uma empregada doméstica em regime análogo ao escravo há pelo menos duas décadas, o desembargador Jorge Luiz de Borba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), ganha cerca de R$ 37,5 mil por mês.

Ao longo de 2022, ele recebeu R$ 461 mil, sem contar vantagens que não entram na remuneração regular mensal. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência.

A Polícia Federal resgatou a funcionária na última terça-feira, 6, quando também fez buscas na casa do desembargador. A mulher é surda e muda e, segundo o Ministério Público do Trabalho, não recebia salário.

Testemunhas ouvidas na investigação relataram que a empregada era vítima de maus tratos e submetida a jornadas exaustivas e condições degradantes.

Jorge Luiz de Borba é desembargador há 15 anos. Antes de entrar para a magistratura, foi advogado por quase 30 anos e presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Blumenau.

Com a repercussão da operação, ele divulgou uma nota em que afirma que a mulher era como 'membro da família'. O desembargador disse ainda que seus propósitos eram 'humanitários'.

"Aquilo que se cogita, infundadamente, como sendo suspeita de trabalho análogo à escravidão, na verdade, expressa um ato de amor", diz o desembargador. (Estadão Conteúdo)

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