Tarcísio critica exigência ambiental da UE para agro
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chamou de ‘absurdo‘ a norma aprovada pela União Europeia que proíbe a venda, no continente, de produtos oriundos de desmatamento em florestas. Para ele, a regra é um ‘protecionismo disfarçado‘ e é baseada em uma ‘narrativa totalmente furada‘.
O pacto verde europeu prevê gradualmente zerar a aquisição de produtos provenientes de área de desmatamento, mas não diferencia áreas de desmatamento legais ou ilegais, algo que ocorre na legislação brasileira.
‘É um absurdo a discussão na União Europeia com relação ao regulamento para produtos livres de desmatamento. Trata-se de protecionismo disfarçado, ao arrepio da Organização Mundial do Comércio (OMC). Estão deixando a OMC de lado, tirando sua capacidade de arbitrar‘, afirmou Tarcísio.
As críticas foram feitas durante participação do governador na abertura do 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, nesta segunda-feira, 7, em São Paulo.
O governador defendeu, ainda, que o Brasil não pode ‘sucumbir‘ a essa regra. ‘Isso impõe um desafio gigantesco à nossa diplomacia. ‘Não podemos sucumbir a uma regra que vai impor sanções aos nossos produtos em cima de uma narrativa totalmente furada‘, enfatizou Tarcísio, para quem o agronegócio brasileiro é ‘extremamente sustentável‘.
O posicionamento do governador se alinha ao do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que tem criticado a norma, imposta como uma das condições para selar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
Em junho, Lula se reuniu em Brasília com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e criticou a exigência ambiental.
O presidente brasileiro afirmou que a premissa das negociações não deve ser ‘desconfiança e sanção‘. (Estadão Conteúdo)