Delegado ferido no Guarujá é levado de helicóptero para o Sírio-Libanês

Por Cruzeiro do Sul

Thiago Selling da Cunha foi baleado na cabeça

O delegado da Polícia Federal Thiago Selling da Cunha, de 40 anos, baleado na cabeça durante uma operação policial em Guarujá, no litoral de São Paulo, foi transferido para um hospital particular de São Paulo, ontem (16). Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, ele passou por avaliação pela manhã e os médicos liberaram a transferência. Ele foi levado de helicóptero para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

O quadro clínico do delegado ainda era considerado grave, na manhã de ontem, embora tivesse apresentado melhora durante a madrugada. Conforme a equipe médica que atende o paciente, ele teve perda ‘mínima‘ de massa encefálica. O projétil causou também uma fratura acima do globo ocular. O paciente passou por cirurgia para limpeza da área e descompressão do cérebro.

Cunha participava da Operação Caetés, desencadeada pela PF com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo.

A Caetés tinha como foco o tráfico de armas e não tem relação com a Operação Escudo, da Polícia Militar, desencadeada após a morte de um policial da Rota e que já soma 18 mortes na Baixada Santista. A equipe de Selling cumpria mandados de busca e apreensão em uma comunidade, no bairro Cachoeira, quando foi atacada.

O delegado foi atingido por um tiro na cabeça. Os agentes revidaram e atingiram um dos suspeitos com um tiro na perna. Ele foi preso e encaminhado para o Hospital Santo Amaro. Outro suspeito se rendeu e também foi preso. Os agentes apreenderam armas, inclusive uma submetralhadora, celulares, drogas, cadernos de anotações do tráfico e dinheiro em poder dos criminosos.

O Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo (SINPF/SP) repudiou o ataque e lamenta o ataque “covarde e criminoso”, contra o delegado da PF, e pediu uma intervenção dos poderes na região.

“Como legítimo representante de classe, o Sindicato espera que as autoridades apoiem a investigação do caso, para que os responsáveis por esta tragédia sejam punidos com o rigor da lei. É intolerável que o crime organizado, balizado e patrocinado pelo tráfico internacional de drogas, continue ocupando espaço na Baixada Santista e tirando vidas de inocentes e de policiais, sejam civis, militares ou federais.”

Em nota, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) se solidarizou com o delegado e familiares e lembrou que Selling é atuante na associação como membro da diretoria regional em São Paulo. “É inadmissível que tais ataques se perpetuem contra policiais federais ou quaisquer agentes de segurança pública, alvejando o próprio Estado Democrático de Direito em sua plenitude.”

Também a Procuradoria-Geral de Justiça, que chefia o Ministério Público de São Paulo, manifestou solidariedade ao delegado da PF e considerou “inadmissível” que agentes do Estado no cumprimento de seu dever sejam atacados. (Estadão Conteúdo)