Faustão era segundo na fila de transplante

Segundo Governo de SP, equipe médica do paciente que ocupava 1ª posição recusou o órgão

Por Cruzeiro do Sul

Apresentador havia dado entrada no hospital na última segunda-feira (18), para a realização de exames pós-transplante

O apresentador Fausto Silva, que passou por uma cirurgia de transplante de coração no domingo (27), ocupava o segundo lugar na fila de espera, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo. Ainda na madrugada do domingo, a Central ofereceu um coração à equipe transplantadora de Fausto Silva, que aceitou a oferta do órgão após avaliação de compatibilidade.

Por meio do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, 12 pacientes atendiam aos requisitos. Desse total, quatro estavam priorizados -- Faustão ocupava a segunda posição nesta seleção.

A equipe transplantadora do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão. As razões da recusa não foram divulgadas pelo Central de Transplantes, mas podem estar relacionadas a incompatibilidades entre receptor e doador. Com isso, a oferta seguiu para o segundo paciente da seleção.

De acordo com Carolina Casadei dos Santos, especialista em insuficiência cardíaca e transplante de coração filiada à Sociedade Brasileira de Cardiologia, são vários os motivos que podem levar a equipe médica a recusar um órgão, como no caso do primeiro paciente da lista.

Os motivos podem ir desde questões logísticas, como indisponibilidade do paciente para cirurgia imediata, até incompatibilidade anatômica entre doador e receptor.

“A recusa pode ser por questões logísticas, do tempo que levaria para o coração chegar dependendo de onde estivesse esse outro receptor, a questão do peso do paciente, que pode servir para um e não para outro”, explica a médica.

Segundo as normas de compatibilidade para transplante de coração, o receptor só pode receber o órgão de um doador com peso que varie até 20% para mais ou para menos em relação ao de quem aguarda o transplante. Um paciente de 80 quilos, por exemplo, só pode receber um órgão de um doador que pese entre 64 kg e 96 kg.

Em São Paulo, o tempo de espera por um transplante de coração, para potenciais receptores do grupo sanguíneo B, como era o caso, oficialmente é de um a três meses -- mas pode ser reduzido por urgência.

Critérios técnicos

A Central informou que a disponibilização de órgãos aos pacientes que aguardam por um transplante segue critérios técnicos definidos pela Portaria de Consolidação N°04 de 2017, que considera a compatibilidade sanguínea e critérios antropométricos entre doador e receptor, como uma faixa de peso e altura para os doadores ofertados para cada receptor.

Além disso, o órgão afirma que existem “critérios de priorização, definidos por Lei, onde potenciais receptores que possuem risco eminente de morte, são elevados em sua posição no cadastro técnico (fila de espera)”.

O apresentador passou por um transplante de coração com a equipe médica do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “O Einstein foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada de hoje (domingo), quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B. A cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de 2h30”, completou a nota do hospital emitida no domingo. (Estadão Conteúdo)