Governo do RS decreta calamidade pública

Número de mortes depois da passagem do ciclone foi atualizado novamente ontem para 38

Por Cruzeiro do Sul

Condição de calamidade permite obras emergenciais e recebimento de ajuda federal

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), assinou na quarta-feira decreto que declara estado de calamidade pública nos municípios afetados pela passagem de um ciclone extratropical que deixou ao menos 37 mortes no Estado, conforme a contagem mais recente. Outra morte ocorreu em Santa Catarina. A situação possibilita compras e obras públicas emergenciais no Rio Grande do Sul, além de garantir formalizações para o recebimento de recursos federais.

Obras que estão sendo realizadas na BR-116, por exemplo, serão paralisadas e todo material será utilizado para reconstrução das cidades. O governador também defendeu o serviço de alertas meteorológicos antecipados às regiões. “Estou seguro de que todo esforço possível de ser feito foi feito”, disse.

Uma das cidades mais atingidas é Encantado, no Vale do Taquari. O transbordamento do rio Taquari deixou um rastro de destruição, inundando praticamente todo o município, que tem 23 mil habitantes.

Até o momento, o número de desalojados chega a 4.500 pessoas, que foram obrigadas a deixar suas residências em busca de abrigo temporário em casas de amigos ou parentes, de acordo com a Defesa Civil.

Além disso, 1.090 pessoas estão desabrigadas, tendo perdido suas residências devido à força das águas. Essas pessoas recebem abrigo no Parque João Batista Marcheze, além de alimentação três vezes ao dia, colchões, cobertores e agasalhos.

Equipes de bombeiros e voluntários estão mobilizadas para prestar assistência às vítimas. Há relatos de muitas pessoas desaparecidas ainda.

“O objetivo das ações da Brigada Militar é proteger a comunidade que está vulnerável e garantir a segurança nos pontos de entrega e coleta de produtos perecíveis, roupas, colchões e agasalhados. Também estamos aqui para proteger as residências e vigiar o comércio para evitar saques de vândalos oportunistas”, disse o coronel Cláudio de Azevedo Goggia, comandante do Comando de Choque da Brigada Militar de Porto Alegre. (Estadão Conteúdo)