Casos de meningite aumentam 27,27% no Estado de São Paulo

Uma morte suspeita pela doença, de um morador de Votorantim, é investigada pela Vigilância Epidemiológica

Por Cruzeiro do Sul

Vacina contra a meningite

Os casos de meningite aumentaram 27,27% em 2023 em relação ao mesmo período do ano passado, em todo o Estado de São Paulo. No último domingo (24), um morador de Votorantim morreu por suspeita da doença. O caso está sendo investigado pela Vigilância Epidemiológica.

O Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura de Votorantim a respeito do caso. Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do município informou que tomou conhecimento do caso por meio da notificação enviada pela Unimed para a Vigilância Epidemiológica de Votorantim. A pasta municipal recebeu a informação do óbito na última quarta-feira (27). "A vacina faz parte do Calendário de Vacinação e está disponível para as crianças na faixa etária recomendada", reforça.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro a 25 de setembro de 2023, foram confirmados 4,2 mil casos e 332 óbitos para todas as meningites no Estado de São Paulo. No mesmo período do ano passado, foram 3,3 mil casos e 335 óbitos, o que representa um aumento de 27,27% nos casos confirmados da doença.

Já na região de Sorocaba, conforme a pasta estadual, houve queda de 16,66% nos casos da doença em 2023 na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com os números, foram 115 casos e 12 óbitos de janeiro a 25 de setembro deste ano contra
138 casos e 17 mortes em 2022.

Meningite

A Secretaria de Estado da Saúde informa que a meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. “Quando falamos meningite, estamos diante de uma ampla possibilidade de agentes causadores, com condutas distintas entre eles. Toda suspeita de meningite deve ser notificada para a Vigilância Epidemiológica, que monitora os casos no município e indica medidas de bloqueio nos casos necessários”, ressalta a pasta estadual.

A secretaria informa ainda que a prevenção das meningites infecciosas, como em outras doenças infecciosas, inclui cuidados do ambiente e higiene pessoal. “Cuidados com alimentação, manter a vacinação atualizada e medidas de higiene estão entre os cuidados pessoais. Ambiente arejado, ventilado e limpos estão entre os cuidados com o ambiente”, reforça.

Importância da vacina

Existem vacinas que podem ser aplicadas para prevenir diversos tipos de meningite. Sendo uma doença grave e contagiosa, a meningite é capaz de provocar sequelas e até mesmo a morte. A vacinação é a forma mais eficaz de evitar infecção.

Conforme a pasta estadual, a vacina faz parte da rotina de imunização das crianças que recebem duas doses, aos três e cinco meses de idade, e um reforço, preferencialmente aos 12 meses e está disponível na rede pública.

Até o final do ano de 2023, há a recomendação para a vacinação com Meningocócica C Conjugada em crianças menores de 10 anos que perderam a oportunidade de serem vacinadas na idade preconizada e em profissionais da saúde.

Além da vacina Meningocócica C Conjugada, o Programa Estadual de Imunização, orienta a administração da vacina Meningocócica ACWY nos adolescentes de 11 e 12 anos, como reforço ou dose única dependendo da situação vacinal de cada um.

O público elegível para esse imunizante também foi ampliado, até dezembro de 2023, para os adolescentes de 13 e 14 anos que perderam a oportunidade de serem vacinados na idade indicada. A cobertura vacinal de adolescentes de 11 a 14 anos com doses acumuladas, no período de 2017 a 2022, para a vacina Meningocócica ACWY é de 43,6%.

O público elegível que ainda não recebeu as vacinas Meningocócica C e ACWY ou não encerraram o ciclo vacinal, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para regularizar a sua situação.

Cuidados

Em caso de suspeita de meningite, a pessoa deve procurar de forma imediata uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Pronto Socorro (PS) ou Unidade Básica de Saúde (UBS). Os sintomas em casos leves são semelhantes aos da gripe, com dores de cabeça e febre presentes, mas também apresentando rigidez na região da nuca. Casos mais graves podem apresentar também mal-estar, vômitos, dificuldade para encostar o queixo no peito e dor forte no pescoço. Manchas avermelhadas pelo corpo são sinais de que a infecção está se espalhando rapidamente e que o paciente deve buscar imediatamente assistência médica. Todos os casos de meningite bacteriana exigem tratamento hospitalar, mesmo os que apresentam sintomas leves. (Da Redação)