Hepatite A tem tendência de alta na capital paulista

Neste ano, até setembro, foram registrados 225 casos, com uma morte

Por Cruzeiro do Sul

Rio de Janeiro (RJ), 21/08/2023 – O técnico em enfermagem, João Victor Pinho durante visita a paciente com vacinação em atraso, em Irajá, na zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Os casos de hepatite A na cidade de São Paulo apresentam tendência de alta neste ano. Os números da Secretaria Municipal da Saúde mostram que, em 2022, foram registrados 145 casos, e até setembro de 2023 ocorreram 225, com uma morte. Em 2019, foram confirmados 160 casos. Em função da pandemia de covid-19, os anos de 2020 e 2021 tiveram 64 e 61 casos, respectivamente. 

Entre 2018 e 2020, o Ministério da Saúde ampliou a imunização em caráter temporário para grupos como gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e pessoas trans, em decorrência do cenário epidemiológico à época. Segundo a prefeitura, com as doses remanescentes, a estratégia continuou até abril de 2023. 

Após a campanha temporária, as doses passaram a ser enviadas para os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), do governo do estado. "Desta forma, não foi possível seguir com a estratégia anterior", disse o governo municipal.

Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que a oferta a grupos específicos – que envolvem, neste momento, pessoas com hepatites crônicas, fibroses císticas, HIV/Aids e Trissomia – é garantida por meio dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. 

O ministério informou ainda que, em setembro deste ano, foi lançada a 6ª edição do Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais. O documento normatiza as diretrizes e procedimentos relacionados a imunobiológicos especiais.

A pasta destaca que a vacina hepatite A inativada (HA) "é altamente eficaz e de baixa reatogenicidade, com taxas de soroconversão de 94% a 100%". "A proteção é de longa duração após a aplicação de duas doses." O imunizante está disponível no calendário básico de vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos, como dose única. 

Prevenção

O Ministério da Saúde lista algumas medidas de prevenção contra a hepatite A:

- Lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos);

- Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;

- Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;

- Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;

- Usar instalações sanitárias;

- No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.

- Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;

- Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;

- Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.