Greve no Metrô e na CPTM: rodízio de veículos será suspenso nesta terça
Especialistas dizem que a paralisação - que não está ligada diretamente à melhoria das condições de trabalho - pode ser considerada abusiva
A Prefeitura de São Paulo anunciou que vai suspender o rodízio de veículos na capital nesta terça-feira (3) em função da greve de 24 horas agendada pelos funcionários do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
As três categorias protestam contra a privatização dos serviços, atualmente geridos pelo Estado de São Paulo. Os sindicatos alegam que a transferência das operações ao setor privado carece de maior discussão com a sociedade e que projetos do tipo podem piorar a qualidade do serviço.
A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem chamado a greve de "política" e afirmado que os projetos de concessão à iniciativa privada estão sendo debatidos. Também nesta segunda, o governo estadual determinou ponto facultativo em todos os serviços públicos da capital nesta terça-feira, 3.
"O objetivo é reduzir os prejuízos à população, garantindo a remarcação de consultas, exames e demais serviços que estavam agendados para a data da greve", disse o governo, em nota.
Os funcionários devem se reunir na noite desta segunda, 2, em assembleia geral para votar e confirmar a paralisação das atividades, de acordo com os sindicalistas. Esta é a quarta convocação de greve que os metroviários fazem em 2023 - o sindicato tem travado uma guerra política contra a gestão Tarcísio.
Quais linhas devem parar?
- As linhas do metrô 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô devem paralisar atividades, segundo o sindicato
- As linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô, operadas pela iniciativa privada, não serão afetadas
- O sindicato prevê paralisação de todas as linhas da CPTM de gestão pública, ou seja, as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-jade
- Já as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda seguirão operando na terça-feira, pois são administradas pela iniciativa privada
Especialistas dizem que a paralisação - que não está ligada diretamente à melhoria das condições de trabalho - pode ser considerada abusiva. O Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT) concedeu na sexta, 29, liminares ao Metrô e à CPTM determinando a operação de 100% dos serviços no horário de pico (6h às 9h e 16h às 19h) e de 80% nos demais horários, com multa de R$ 500 mil para cada um dos sindicatos em caso de descumprimento. Na Sabesp, a taxa de trabalhadores que devem atuar é de 85% e a multa, de R$ 100 mil.
Haverá liberação de catracas?
A liberação de catracas chegou a ser sugerida pelo Sindicato dos Metroviários, mas a Justiça do Trabalho não autorizou a medida.
Os serviços da Sabesp serão afetados?
Segundo o sindicato, não haverá interrupção do fornecimento de água. No dia da paralisação, os funcionários realizarão um ato junto à sede da companhia no bairro da Ponte Pequena, região central da cidade. (Estadão Conteúdo)