Polícia do Rio tem helicópteros atingidos durante operação
Cerca de mil agentes das forças estaduais de segurança do Rio de Janeiro iniciaram ontem (9) uma ampla operação de combate ao crime no Complexo da Maré, na Vila Cruzeiro e na Cidade de Deus. O foco principal é conter o avanço do Comando Vermelho, maior facção do Rio. Durante a ação, dois helicópteros das forças de segurança foram atingidos por disparos e tiveram de pousar.
A operação tentava cumprir, ontem, 100 mandados de prisão. “Especificamente, nós queremos atacar essa facção criminosa que está tentando expandir o território e travando conflito com outras organizações criminosas, trazendo instabilidade à nossa segurança”, disse em coletiva de imprensa o secretário estadual de Polícia Civil, José Renato Torres. “Nesse primeiro momento a gente está pacificando territórios.”
Duas aeronaves que sobrevoavam a Vila Cruzeiro foram atacadas a tiros, mas nenhum agente se feriu e os helicópteros conseguiram pousar normalmente. “Nossa tripulação é extremamente técnica, e seguindo o protocolo da aviação, elas são obrigadas a pousar para avaliar o dano causado”, explicou Torres.
Além das polícias civil e militar, homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tropa de elite da Polícia Militar do Rio, também participam da ação.
Ainda conforme o governo estadual, drones foram usados no Complexo da Maré. Os equipamentos têm câmeras que fazem mapeamento de áreas em 3D, além de terem zoom de longo alcance. As imagens desses drones são enviadas em tempo real para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
No Complexo da Maré, foi encontrado um laboratório de refino de drogas e fabricação de explosivos. No local, quatro suspeitos foram presos e encaminhados à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade. Na Maré, as equipes também atuando na retirada de barricadas.
Morte dos médicos
Um dos suspeitos de matar três médicos na semana passada está entre os alvos de operação desencadeada ontem no Rio. A Polícia Civil acredita que os médicos foram mortos por engano, por um grupo criminoso chamado de Sombra, vinculado ao Comando Vermelho. Um dos médicos teria sido confundido com um desafeto do grupo Sombra.
Outros três médicos que estavam com ele foram baleados no ataque a tiros, dos quais dois morreram e um ficou ferido. Os quatro estavam em um quiosque na orla da Barra da Tijuca.
Torres, disse que o grupo Sombra era composto por cinco pessoas, das quais quatro foram mortas horas depois do assassinato dos médicos. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)