Ministério propõe suspender registro de áreas queimadas

Por Cruzeiro do Sul

Entrevista coletiva foi convocada para anunciar ações

 

O secretário de Controle do Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, afirmou ontem (13) que a pasta está articulando com o governo do Amazonas uma medida administrativa para combater as queimadas na região. A proposta, segundo ele, envolve a suspensão do registro do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imóveis com focos de calor e incêndio sem autorização. Há mais de 2.700 focos de calor ativos no Estado do Amazonas, conforme dados coletados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Parte expressiva desses focos de calor, alguns se transformam em incêndio, está acontecendo em imóveis dentro do CAR, que foi justamente criado para fazer monitoramento dessa situação de uso e ocupação do solo”, afirmou o secretário. “Estamos encaminhando solicitação ao Estado para que suspenda o registro do CAR dos imóveis com incêndio, com focos de calor sem autorização, que são praticamente todos os focos de calor do Amazonas”, disse, ao reforçar que a mesma ação foi tomada no Estado do Pará.

Ontem, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que não existe “fogo natural da Amazônia e que o principal vetor dos incêndios é o desmatamento”. “O fogo ou é feito propositalmente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e depois o ateamento do fogo”, disse a ministra, durante entrevista coletiva convocada para anunciar as ações do governo no combate às queimadas no Amazonas.

Críticas

A oposição a Lula aproveitou o caso para criticar Marina e a política ambiental do governo petista. Na rede social X (antigo Twitter), o senador Flávio Bolsonaro (PL) destacou o aumento no número de focos de queimadas e atribuiu o fato ao governo atual.

“Sob Lula, as queimadas em outubro aumentaram 148% em relação ao ano passado, no Amazonas. Lula não tem política ambiental, apenas política de sucateamento!”, escreveu. Os números apresentados pelo senador provêm da plataforma World Air Quality e têm algumas diferenças em relação aos números oficiais. (Estadão Conteúdo)