Exército reduz militares aquartelados após desvio de armas em SP
Tropa está sendo ouvida na investigação
Parte dos militares que era mantida aquartelada em uma unidade de Barueri, na Grande São Paulo, foi liberada nesta terça-feira, 17, segundo comunicado do Comando Militar do Sudeste. Ao longo de uma semana, 480 pessoas tiveram de permanecer no local enquanto o Exército dava início a uma investigação sobre o furto de 21 armas de fogo; 13 eram metralhadoras .50 consideradas de alto impacto.
"Acerca da apuração do caso em tela, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) informa que no dia 17 de outubro de 2023, o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) passou da situação do estado de prontidão para sobreaviso, o que significa uma redução do efetivo da tropa aquartelada. A investigação segue em curso e está sob sigilo", disse a nota. Até a manhã desta quarta, não tinha sido informada a quantidade de pessoas liberadas.
O furto foi notado pelo CMSE durante inspeção na terça-feira da semana passada, 10, o que levou ao aquartelamento de militares. Eles passaram a ser ouvidos como parte das investigações sobre o paradeiro do armamento. As investigação sinalizam que um militar ou um grupo deles arquitetaram, de dentro do quartel, o furto das armas, como informou a coluna de Monica Gugliano.
Documentos técnicos das Forças Armadas apontam que a .50 pesa 38,1 quilos, sem contar outros 20 quilos do tripé que acomoda o armamento no solo. Ela tem 1,75 metro de comprimento e atinge alvos com eficácia a mais de um quilômetro de distância. É considerada não portátil por não ser transportada de forma ativa facilmente, mas, além do solo, pode ser instalada em veículos terrestres e aquáticos e possui suportes voltados a alvos aéreos a baixa altitude.
O armamento é usado pelos Estados Unidos desde a década de 1930. Foi intensamente empregado durante a 2ª Guerra Mundial. Ele também tem o uso disseminado entre nações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e foi adquirido pelo Exército do Brasil.
Por aqui, a metralhadora é usada até em caças A-29 Super Tucano, produzidos pela Embraer e que integram a frota da Força Aérea Brasileira (FAB). Cada aeronave possui duas metralhadoras .50 como parte do armamento à disposição da operação militar. O equipamento tem como vantagem operacional a capacidade de perfurar blindagens, principalmente as de caráter civil, como as que estão presente em modelos de carro-forte de transportadoras de valores. (Estadão Conteúdo)