Moraes manda soltar sete réus do 8 de janeiro
Medida foi tomada após um dos acusados morrer na Papuda
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar ontem (22) sete manifestantes que estavam presos preventivamente por participação nos atos de vandalismo contra as sedes dos Três Poderes do dia 8 de janeiro.
Entre os beneficiados está o sorocabano Wellington Luiz Firmino, de 32 anos. Ele foi um dos invasores que escalou uma das torres do Congresso Nacional e gravou um vídeo no topo do prédio, que tem acesso restrito. O vídeo foi publicado nas redes sociais do sorocabano, que provocou as autoridades.
Os demais réus são Jaime Junkes, Jairo de Oliveira Costa, Tiago dos Santos Ferreira e outros três réus em uma ação que corre em segredo de justiça. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia dado parecer favorável às liberdades provisórias, entre agosto e outubro.
As preventivas foram substituídas por medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, obrigação de comparecimento semanal no fórum, recolhimento domiciliar à noite e nos finais de semana e proibição de usar redes sociais e de manter contato com outros investigados.
Moraes afirmou que, com a conclusão da fase de investigação, as prisões não são mais necessárias. Todos foram denunciados e aguardam julgamento.
Morte na Papuda
As prisões foram revogadas dois dias após a morte de Cleriston Pereira da Cunha, de 45 anos, durante banho de sol no Complexo da Papuda.
Sua defesa já havia pedido substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, alegando “saúde debilitada”, por sequelas da Covid-19 e anexou um laudo médico ao processo. O documento pedia “agilidade na resolução” do caso e indicava risco de morte.
A PGR havia enviado ao Supremo Tribunal Federal, no dia 1º de setembro, um parecer favorável à soltura de Cleriston. Ontem (22), o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, lamentou a morte e afirmou que, “ao que tudo indica”, Cleriston faleceu por causas naturais.
O Governo do Distrito Federal abriu uma investigação sobre o caso. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que “está apurando as circunstâncias” da morte de Cleriston no âmbito administrativo. Informou também que registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil. “As autoridades foram imediatamente comunicadas”, disse a pasta. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)