PF identifica líderes do PCC e do CV que compraram fuzis

Por Cruzeiro do Sul

Operação investiga o tráfico internacional de armas

A Polícia Federal identificou integrantes do PCC e do Comando Vermelho que compravam arsenal de grande poder destrutivo -- pistolas, fuzis, munições -- e drogas da organização desmontada pela Operação Dakovo -- investigação sobre “complexo e multimilionário” esquema de importação e tráfico internacional de armas a partir do Paraguai junto a países europeus, Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

De acordo com os investigadores, “Professor” e “Vietnã”, quadros das principais facções criminosas do País, negociavam os armamentos e drogas com Angel Antonio Flecha Barrios, um intermediário do esquema.

Foi a partir da interceptação de conversas entre os faccionados e o traficante de armas que a PF chegou ao “núcleo de compradores no Brasil”. Segundo a PF, “pessoas pertencentes a facções criminosas, que negociam junto a outros membros da organização criminosa a internalização ilícita de armas e drogas para abastecimento de suas organizações”.

Também fazem parte desse núcleo outros seis alvos da Operação Dakovo: “Bolt”, “Sem Cabelo”, “Avião”, “Beio”, Adilson de Souza Pereira e Edgar José de Souza Espondola. A Justiça Federal na Bahia, Estado onde fica baseada a Operação Dakovo, decretou a prisão preventiva de todos os suspeitos.

Os compradores das armas ilegais estão na ponta do esquema centralizado na empresa IAS-PY, International Auto Supply S.A. Sediada em Assunção e comandada pelo argentino Diego Hernan Dirisio, a empresa importava grande quantidade de armas da Europa e as revendia no mercado clandestino, especialmente para grupos criminosos sediados Ciudad Del Este -- que faz fronteira com Foz de Iguaçu --, para abastecimento de facções criminosas no Brasil.

As armas da IAS não eram negociadas diretamente pela empresa com as facções criminosas. Elas eram adquiridas por grupos criminosos atuantes da fronteira, normalmente com serviço de raspagem dos números de série incluído, e, então, as quadrilhas revendiam os armamentos para facções e milícias no Brasil.

Elo na PGR

Além de mirar integrantes do PCC e do Comando Vermelho, a Operação Dakovo tem como alvo um servidor do Ministério Público Federal, lotado na cúpula da instituição, a Procuradoria-Geral da República. Analista processual, Wagner Vinicius de Oliveira Miranda é apontado como suposto integrante do “núcleo financeiro” da quadrilha desbaratada na operação. (Estadão Conteúdo)