PF liga morte de Marielle à atuação de milícia no RJ
STF validou prisões decididas por Alexandre de Moraes
Orelatório final do inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, mostra que o estopim para o crime pode ter sido uma disputa política em torno de um projeto de regularização fundiária.
No domingo (24), os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e Chiquinho Brazão, deputado federal, foram presos por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) como suspeitos de serem os mandantes do crime. Também foi preso no domingo o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, suspeito de planejar a morte de Marielle.A principal hipótese de motivação para o crime seria, segundo a PF, uma indisposição dos irmãos, políticos de longa trajetória no Rio de Janeiro, com políticos do Psol, em especial com Marielle.
De acordo com o relatório da PF, Chiquinho teria ficado insatisfeito com a votação contrária de Marielle e do Psol a um projeto de Brazão que envolvia a regularização de terras, o que, segundo a PF, beneficiaria áreas de milícia.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria no início da madrugada de ontem (25), para validar as decisões tomadas na véspera pelo ministro Alexandre de Moraes, que mandou prender os três suspeitos.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, disse que a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, representa uma oportunidade para “aprofundar o combate ao crime organizado”.
Gilmar Mendes disse, ainda, que esse é um momento de se discutir a “refundação” da polícia, diante das acusações de envolvimento da cúpula da Polícia Civil do Rio de Janeiro no crime. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)