Número de mortos no RS aumenta para 13

Ao menos 21 pessoas estão desaparecidas e 134 prefeituras gaúchas relataram danos e prejuízos

Por Cruzeiro do Sul

Cheia do rio Taquari invadiu grande área urbana no município de Encantado

As consequências das fortes chuvas que castigam o Rio Grande do Sul desde a última sexta-feira (24) já causaram ao menos 13 mortes. Segundo balanço da Defesa Civil estadual, divulgado ontem (2) de manhã, ao menos 21 pessoas estão desaparecidas e mais de 44 mil pessoas foram de alguma forma afetadas em todo o Estado.

Até ontem, 134 prefeituras reportaram prejuízos decorrentes de alagamentos, transbordamento de rios, deslizamentos ou outros danos das chuvas e da cheia de rios. O número de desalojados, ou seja, de pessoas que tiveram que deixar suas casas e buscar abrigo na casa de parentes, amigos ou em hospedagens pagas, já passa de 5 mil, enquanto os que tiveram que buscar abrigos públicos ou de entidades assistenciais chega a 3 mil.

Na quarta-feira (1º), no fim da tarde, o governador Eduardo Leite, usou palavras como “guerra” e “cenário de caos” para expressar o que classificou como “um momento muito, mas muito crítico”. Durante entrevista à imprensa, Leite afirmou que a situação deve piorar nos próximos dias, já que a previsão é de que continue chovendo intensamente em grande parte do Estado ao menos até domingo (5).

“Infelizmente, este será o maior desastre que nosso Estado já enfrentou. Será maior do que o que assistimos no ano passado”, declarou o governador, referindo-se à tragédia registrada em 2023, quando as fortes chuvas e as consequentes inundações causaram mais de 50 mortes e grandes danos materiais.

Uma das regiões afetadas e que mais preocupam as autoridades estaduais neste momento é a do Vale do Taquari, devido ao risco de transbordamento de rios e consequentes inundações e alagamentos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou para o Rio Grande do Sul ontem, onde se reuniu com Leite. No encontro, como uma medida emergencial, ficou decidida a criação de uma Sala de Situação Integrada, sob coordenação do comandante militar do Sul, general Hertz Pires do Nascimento, para organizar as operações de resgate em todas as regiões atingidas.

Lula disse que não faltarão recursos do governo federal no socorro à população do Rio Grande do Sul e na reconstrução de municípios gaúchos atingidos pelas inundações e deslizamentos. (Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

 

Dezenove barragens correm risco no Estado

Pelo menos 19 barragens estão em estado de alerta ou atenção devido às consequências das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul.

A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) informou que está monitorando 14 barragens de usos múltiplos, incluindo a da Usina de Geração de Energia 14 de Julho.

Parte da estrutura da 14 de julho, localizada entre Cotiporã e Bento Gonçalves, na serra gaúcha, a cerca de 170 quilômetros de Porto Alegre, se rompeu no início da tarde de ontem (2), potencializando o risco da elevação do nível do rio Taquari causar inundações e enchentes em ao menos sete cidades (Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e Lajeado) da bacia do rio Taquari-Antas.

As áreas de influência de cinco das 14 estruturas monitoradas pela Sema estão em processo de evacuação. São elas: barragem Santa Lúcia, em Putinga; barragem São Miguel do Buriti, em Bento Gonçalves; barragem Belo Monte, em Eldorado do Sul; barragem Dal Bó, em Caxias do Sul; e barragem Nova de Espólio de Aldo Malta Dihl, em Glorinha.

Ainda de acordo com a secretaria, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) estão acompanhando a situação de outras cinco barragens de geração de energia elétrica em estado de atenção. (Agência Brasil)