Parte da tragédia no RS foi por ação humana

Por Cruzeiro do Sul

Região de Porto Alegre é de áreas de várzea

Parte da tragédia que atingiu 446 municípios gaúchos foi causada pela ação do homem, que construiu em locais onde não deveria construir, em áreas de alagamento, e não fez as manutenções corretas nos diques de contenção e nas barreiras anti-alagamento.

A avaliação é do professor Roberto Reis, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Ele acrescentou que essas obras, feitas nos anos 1970, nunca receberam manutenção adequada. “A culpa da enchente é do planeta. Mas a culpa da tragédia é dos administradores do Estado e das cidades”.

Reis afirmou que Porto Alegre é área de várzea, de confluência de rios na beira do Lago Guaíba, que alaga sempre que tem enchente. “É natural. A gente é que não deveria ter construído na área que alaga periodicamente”.

Cidades temporárias

O governo do Rio Grande do Sul divulgou ontem (17) detalhes da organização das quatro “cidades temporárias” que serão montadas para receber desabrigados na região metropolitana de Porto Alegre. A previsão é de que os espaços comecem a operar em cerca de um mês, ainda em junho. O planejamento envolve a utilização de tendas com estruturas temporárias. (Agência Brasil e Estadão Conteúdo)