Nível do Guaíba cai para baixo da cota de inundação

População de cidades atingidas pelas cheias busca retornar à normalidade

Por Cruzeiro do Sul

Após um mês de inundação, lago voltou ao seu leito, como se vê no Cais do Porto Mauá

O nível do Lago Guaíba, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, permanecia ontem (1º) em redução, ficando abaixo da cota de inundação (3,60 metros) pela primeira vez em um mês. Por volta das 5h, registrava 3,58 metros. Às 11 horas, diminuiu mais seis centímetros, chegando em 3,52 metros.

Desde o fim de abril, com as fortes chuvas que atingiram o Estado gaúcho, o nível do rio começou a subir. No dia 5 de maio deste ano, o nível do rio alcançou seu pico histórico, de 5,35 metros, ultrapassando o pico de cheia anterior, registrado em 1941, quando o Guaíba atingiu 4,76 metros. Posteriormente, começou a oscilar mesmo assim, em volume acima da cota de inundação.

O governo do Estado atualizou, na terça-feira (28), a cota de inundação na estação telemétrica emergencial instalada na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. No novo ponto de medição do nível do Guaíba, instalado em 3 de maio, a cota de alerta é de 3,15 metros, e a cota de inundação passou de 3 metros para 3,60 metros.

As cotas da estação telemétrica antiga, instalada desde 2014 no Cais Mauá, próximo à Rodoviária de Porto Alegre, seguem as mesmas: 2,55 metros (nível de alerta) e 3 metros (nível de inundação).

“As diferenças entre cotas de inundação em diferentes pontos são comuns na medição dos níveis de rios. Na enchente de 1941, por exemplo, bibliografias apontam cinco picos diferentes do nível do Lago Guaíba. Todas essas possibilidades são consideradas para fins históricos. A intenção é que as duas estações telemétricas sejam mantidas, ampliando a capacidade de monitoramento do Estado”, acrescentou o governo gaúcho.

Conforme informe técnico, a medição do nível do Guaíba foi realizada no Cais Mauá até 2 de maio, passando, desde 3 de maio, a ser realizada na estação Usina do Gasômetro, de acordo com a ANA.

O Rio Grande do Sul enfrenta o pior desastre climático de sua história. O último boletim da Defesa Civil aponta que mais de 2,3 milhão de pessoas foram afetadas em mais de 470 municípios do Estado.

O balanço de desalojados e pessoas em abrigos é de mais de 620 mil pessoas. A parcial é de 171 óbitos, mas autoridades têm destacado que os números ainda irão aumentar. Há ainda 43 pessoas desaparecidas. O governo federal reconheceu calamidade pública.

Ainda segundo a Defesa Civil do Estado, 77.865 pessoas e 12.543 animais foram resgatados, conforme consta no último balanço. (Estadão Conteúdo)