Apagão cibernético afeta serviços em todo o mundo

Falha foi provocada em atualização de antivírus da empresa CrowdStrike

Por Cruzeiro do Sul

Aeroportos, como o de Congonhas, tiveram atraso nos voos

Um dos maiores apagões cibernéticos registrados nos últimos anos afetou atividades diversas ontem (19) em todo o planeta, incluindo companhias aéreas internacionais, bancos, hospitais, empresas ferroviárias e do setor de telecomunicações.

A falha foi provocada por uma atualização corrompida, nos sistemas operacionais Windows da Microsoft, de um programa de antivírus da empresa americana de cibersegurança CrowdStrike Falcon, que descartou um ataque hacker ou um problema de segurança cibernético.

“Gostaria de pedir desculpas pessoalmente a todas as organizações, grupos e indivíduos que foram afetados por esta interrupção”, declarou o diretor-geral da CrowdStrike, George Kurtz, à emissora americana CNBC.

Por sua vez, a Microsoft informou sobre um “problema” que deixava azul a tela de computadores. “Recomendamos aos clientes que sigam os conselhos proporcionados pela CrowdStrike para solucionar esta situação”, acrescentou a empresa.

Para o especialista em cibersegurança Junade Ali, esta falha “não tem precedentes” e, “sem dúvida, entrará para a história”.

Na Espanha, todos os aeroportos foram afetados. No aeroporto de Roissy, em Paris, um avião da Air France com destino a Berlim teve de retornar ao ponto de partida após 45 minutos de voo.

No Brasil, o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, foi um dos mais afetados. “A falha e a instabilidade global em uma plataforma utilizada pela Azul impactaram o sistema de check-in da companhia aérea, gerando um total de 15 voos atrasados de chegada e 24 voos de partida até às 11h30 desta sexta”, informou a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também afirma que “alguns operadores aéreos relataram problemas pontuais com sistemas de check-in, o que gerou atrasos pontuais”.

De acordo com o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), cinco de 73 unidades consultadas pela entidade admitiram ter sofrido impactos, como instabilidade em sistemas e atraso nos atendimentos. Os que não foram impactados não utilizavam o provedor de cibersegurança CrowdStrike, apontado como sistema afetado pela falha. (AFP e Estadão Conteúdo)