Número de mortos em queda de avião aumenta para 62
Trabalho difícil de retirada de corpos prosseguia ontem no local do acidente
O número de mortos na queda de um avião em Vinhedo, no interior paulista, na sexta-feira (9), subiu para 62. A informação foi confirmada pela empresa aérea Voepass (antiga Passaredo), responsável pelo voo), na manhã de ontem (10). No balanço feito na noite de sexta, a companhia havia informado 61 óbitos.
O 58º passageiro que perdeu a vida na tragédia era Constantino Thé Maia. As outras quatro vítimas eram tripulantes da aeronave, que partiu de Cascavel, no Paraná, para Guarulhos, região metropolitana de São Paulo.
A Voepass informou que o nome de Constantino não apareceu inicialmente na lista de passageiros embarcados “por uma questão técnica identificada pela companhia referente às validações de check-in, validação do boarding e contagem de passageiros embarcados”. A empresa, porém, não detalhou qual foi o problema técnico que causou a divergência nas listas.
“Em respeito à identidade do passageiro e de sua família, a Voepass decidiu confirmar a informação de que Constantino estava a bordo do voo 2283 somente quando não houvesse dúvidas”, disse a companhia, por meio de nota. É protocolo no setor de aviação que o nome da vítima seja divulgado somente após o contato com a família.
As condições climáticas estão entre as hipóteses mais fortes para explicar a queda do avião. Imagens da queda do avião, que mostram a aeronave caindo em um giro vertical, posição chamada de “parafuso chato” na aviação, são o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o “estol”.
Segundo especialistas, a perda de sustentação da aeronave pode estar associada à formação de gelo nas asas do avião, mas só a investigação será capaz de dar a resposta.
O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Marcelo Moreno, afirmou ontem que não há prazo para finalização das investigações sobre a queda do avião.
“Em função da importância das informações, estamos priorizando qualidade em vez da celeridade. Iniciamos com a tentativa de degravação de voz e depois de dados”, disse Moreno em coletiva de imprensa.
Até por volta das 13h30 de ontem, ao menos 31 corpos das 62 vítimas da queda do avião já tinham sido localizados. Embora os servidores de órgãos de segurança e resgate federais e paulistas estejam trabalhando ininterruptamente, concentrados em uma pequena área residencial, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Araújo de Freitas, destacou a dificuldade das buscas.
“Temos, aqui, homens e mulheres experientes, mas não é fácil o que eles estão fazendo”, comentou o comandante, relatando problemas com a presença de drones não autorizados na área do acidente. “Tivemos problemas com isso e utilizaremos os equipamentos que temos para, se necessário, tirarmos fora de ação os drones que não pertençam a alguma agência envolvida na operação”, descreveu. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)