Juro do cartão de crédito atinge 335% ao ano
Em meio às dificuldades das famílias para fechar as contas durante a pandemia, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 0,7 ponto porcentual de março para abril, informou o Banco Central ontem. A taxa passou de 334,6% para 335,3% ao ano.
Os números são influenciados pelos efeitos da segunda onda da pandemia, que voltou a colocar em isolamento social parte da população e reduziu a atividade das empresas. O rotativo do cartão, como o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.
O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. A taxa da modalidade rotativo regular passou de 306,2% para 309,8% ao ano de março para abril. Nesse caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.
A taxa de juros da modalidade rotativo não regular, que inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado, passou de 356,8% para 355,2% ao ano.
No caso do parcelado, ainda dentro do cartão de crédito, o juro passou de 167,6% para 165,7% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 64,6% para 65,4%.
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado. Atualmente, porém, o risco de inadimplência aumentou, por causa da redução de renda. (Estadão Conteúdo)