Preço da cesta básica cai na cidade em maio
Diferença é de -0,32% em relação a abril, mas aumento passa dos R$ 200 se comparado a maio de 2020
O preço da cesta básica teve pequena queda em Sorocaba no mês de maio. Em comparação com abril, que vinha em forte alta de 4,15%, a redução foi de 0,32% (de R$ 939,05 para R$ 936,00), no sentido contrário do índice de inflação (IPCA), o qual apresentou alta de 0,83% em maio. Os dados são do boletim elaborado pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso).
No total, 34 itens da cesta básica sorocabana foram pesquisados, com 15 deles apresentando queda no preço: enquanto itens de limpeza e de higiene pessoal aumentaram 3,49% e 0,16%, respectivamente, itens de alimentação sofreram queda de 0,57%, puxados pelos preços mais baixos de cebola (-25,5%), batata (-24,4%), leite longa vida (-6,5%), arroz (-2,9%) e carne bovina de primeira (-1%).
“Os produtos que apresentaram maior queda de preço estão entre aqueles que têm maior peso no custo da cesta, por exemplo, carne de primeira, arroz, cebola e leite, enquanto os produtos que apresentaram a maior alta de valor são aqueles que apresentam baixo peso no custo da cesta”, explicou o economista Lincoln Diogo Lima, professor da Uniso e coordenador da Pesquisa da Cesta Básica Sorocabana.
Segundo Lima, entre os principais motivos para queda no valor dos produtos agrícolas estão os fatores climáticos, que contribuíram positivamente para aumento da oferta, e a demanda abaixo do esperado, devido a fatores já conhecidos, como desemprego e queda da renda real do consumidor, ocasionada pela alta inflação dos últimos meses. No acumulado do ano, a cesta básica sorocabana apresenta alta de 6,14%.
Por outro lado, fazer uma omelete ou apostar no frango como mistura de uma refeição ficou mais caro. O terceiro produto que mais sofreu aumento foi o ovo (6,5%, de R$ 8,18 para R$ 8,71/uma dúzia), enquanto o frango é o sexto produto da lista que mais subiu (5,1%, de R$ 8,36 para R$ 8,79 o quilo). Em primeiro do ranking está o alho (23%, de R$ 5,07 para R$ 6,23/200g), seguido do extrato de tomate (19,8%, de R$ 3,07 a R$ 3,68/370g). O óleo de soja continua entre as maiores altas (3,1%, de R$ 7,51 para R$ 7,74).
No ano
Apesar da queda entre o mês passado e este, outro ponto chama atenção: comparando-se maio de 2020 a maio de 2021, houve um aumento de 28,2%, ou seja, R$ 205,84 a mais pagos pelo consumidor. Em 2021, o aumento foi de 7,34%.
“Diversos fatores contribuíram para a alta do custo da cesta básica nos últimos 12 meses, mas, sem dúvida, o principal deles se deve aos choques de custos que foram repassados ao consumidor. Tais aumentos se devem, sobretudo, à alta da taxa de câmbio no período e à alta do preço das commodities, como soja e milho. Ambos os fatores afetaram fortemente os custos de produção”, diz Lincoln Diogo Lima.
“A alta da taxa de câmbio eleva o preço de insumos importados que são utilizados na produção, além de estimular a demanda internacional por alguns itens como as carnes, já que nossos produtos ficam mais baratos no mercado internacional. Por sua vez, a alta das commodities afeta fortemente os custos de produção das carnes, seja bovina, frango, porco, além de ovos e leite, porque elas são a base da ração que é utilizada na alimentação dos animais. E as carnes estão entre os itens que têm maior peso no custo da cesta básica, pois os gastos dos consumidores com elas são bem significativos”, avalia o economista. (Marina Bufon)